O Grupo Emiliano, proprietário do avião que caiu em Paraty causando a morte do ministro do STF Teori Zavascki e de mais quatro pessoas nesta quinta (19), informou o nome de duas passageiras que ainda não haviam sido identificadas.
Segundo a nota divulgada, elas eram "Maira Ilda, 23, e a mãe dela, Maria Ilda, 55". A Folha apurou que se trata de Maíra Lidiane Panas Helatczuk e Maria Hilda Panas.
"Maira era massoterapeuta e prestava serviço a Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, que passava por tratamento no ciático", informa a nota do grupo. "Maria Ilda, professora da rede infantil de ensino, veio de Juína, em Mato Grosso, visitar a filha, que morava em São Paulo."
De acordo com o comunicado, Filgueiras, o dono do grupo que também morreu no acidente, convidou as duas para um fim de semana em Paraty. Entrevistados disseram à reportagem se tratar de um presente pela ocasião do aniversário de Maria, no último domingo.
"O Grupo Emiliano registra seus sentimentos e condolências para a família e amigos. E informa que está prestando apoio e informações aos familiares."
Uma amiga de Maíra informou à Folha que a jovem era amiga do empresário. "Ela estava planejando essa viagem há muito tempo, disse que enviaria uma mensagem quando chegasse no local, ficamos esperando", disse.
De acordo com ela, a garota, que cursaria o segundo semestre de Fisioterapia no campus Vergueiro da Unip, em 2017, estava estagiando como massoterapeuta em uma empresa que prestava serviços em hotéis e domicílios.
| Reprodução/Facebook | ||
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| Maria Hilda Panas, mãe de Maíra, que estava em avião que caiu com Teori Zavascki |
Janaína Almeida, 30, concunhada da irmã de Maíra, afirmou à Folha que a família está em estado de choque.
Com a voz embargada, disse que os familiares aguardam os trâmites do IML para trazer os corpos à Juína, onde ocorrerá o enterro.
O pai de Maíra, ex-marido de Maria, embarcou de Mato Grosso a São Paulo para viajar a Angra dos Reis (RJ) —os corpos foram levados para o IML da cidade. Sua chegada está prevista para o fim da noite.
Janaína é advogada em Juína, assim como a única irmã de Maíra, Kelli Cristini, de 29 anos.
O marido de Janaína, Merlison Guarienti, conta que Kelli está muito abalada desde que foi informada sobre a queda do avião e não tem condições de falar com a imprensa.
DANÇA
Moradora da cidade, Jaque Curzell, 19, afirmou à reportagem que Maíra era muito querida por todos. "Estamos todos arrasados, não dá para acreditar", disse.
Jaque foi aluna de Maíra, que dava aulas de dança na cidade antes de se mudar para São Paulo.
Maíra ensinava balé, jazz, zouk, dança do ventre e dança de salão. "Ela era bem disposta a ensinar tudo que sabia", diz Jaque.
A jovem morava em São Paulo havia três anos e, desde dezembro, vendia produtos detox, como sopas, da marca Alô Detox.
"Ela era um ser humano que almejava o sucesso, sempre positiva, honesta e digna. Nem nas dificuldades ela chorava", diz a colega de faculdade Ieda Barreto.
Descrevendo a amiga como "humilde" e "dedicada", ela conta que Filgueiras tinha "um carinho por ela [Maíra] como se fosse sua filha". "Ela fez essa viagem para auxiliá-lo e levou a mãe porque ela estava aqui de férias", diz.
Barreto conta que Maíra fazia trabalho com crianças especiais, era massoterapeuta de sua avó e tinha acabado de se mudar para um novo apartamento. "É meio chocante saber que possivelmente era ela que tava batendo no vidro", diz a amiga, fazendo referência aos relatos de que uma das vítimas sobreviveu ao acidente aéreo, mas morreu afogada.
Outra moradora de Juína descreve Maíra como uma pessoa "talentosa, que amava a arte e a dança". Segundo ela, a jovem ganhou diversos festivais de dança e também tinha o hábito de escrever em um blog e desenhar.
No perfil de Maíra Panas no Facebook, amigos e familiares mandam mensagens de pesar. Uma delas era Rose Panas, sobre a irmã e a sobrinha. "Triste Realidade. Coração Partido".
Amigos tentavam obter mais informações sobre a tragédia: "Era Maíra que estava no avião", indagava um, enquanto outro respondia. "É verdade mesmo".
O último post na página de Maíra é datado das 0h46 de quinta. Na publicação, ela diz se sentir revoltada por ter tido uma sacola de roupas roubada.
A jovem aparece em várias fotos posadas, com cabelos pintados de vermelho e em imagens em que aparece com o corpo todo tatuado e também dançando. Além de fotos de balé e dança do ventre, há imagens dela se exercitando em um pole dance.
Na página da Maria Hilda Panas constam poucas informações pessoais. Diz apenas que ela estudou na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), é solteira, de Guarapuava (PR) e vive em Juína.
De acordo com Guarienti, Maria era professora na creche Centro Educacional Infantil Luiz Felipe Martins Marques.