Folha de S. Paulo


'Torres gêmeas' de Recife foram alvo de protesto no filme 'Aquarius'

A obra de construção dos espigões da empreiteira Moura Dubeux nas proximidades do cais de Santa Rita, região considerada patrimônio histórico, causou grande polêmica no Recife e chegou a ser alvo de protesto no filme "Aquarius", de Kleber Mendonça Filho.

A população da capital pernambucana acompanhou com grande atenção a disputa judicial iniciada pelo Ministério Público Federal para barrar a edificação das chamadas "torres gêmeas".

Segundo a Procuradoria, as obras dos edifícios com 41 andares e 134 metros de altura, intitulados Pier Maurício de Nassau e Pier Duarte Coelho, estavam na vizinhança de vários bens históricos tombados pelo Iphan.

De acordo com a Procuradoria, os edifícios poderiam "afetar negativamente a visibilidade e ambiências daqueles bens [históricos], devido à sua descomunal altura".

Quando o STJ (Superior Tribunal de Justiça) julgou a causa favoravelmente à Moura Dubeux no ano de 2011, houve protestos de setores ligados à preservação do patrimônio histórico.

Porém, no filme "Aquarius", que tem como um de seus temas a especulação imobiliária no Recife, as "torres gêmeas" sumiram da paisagem da cidade.

O diretor da obra, Kleber Mendonça Filho, excluiu digitalmente os prédios da imagem de uma cena aérea do cais de Santa Rita.

Quando o filme estreou na capital pernambucana, no segundo semestre do ano passado, esse efeito especial foi percebido e gerou discussão nas redes sociais.

Ao comentar sobre o tema em sua página pessoal no Facebook, Mendonça escreveu: "Foi muita tentação. O filme é meu e quem manda nele sou eu".


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