Folha de S. Paulo


Desembargadores absolvem dois condenados por Moro na Lava Jato

A 8ª turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região absolveu nesta quarta-feira (23) dois executivos da OAS condenados pelo juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato.

O ex-diretor financeiro Mateus Coutinho de Sá havia sido condenado a 11 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e de pertencer a organização criminosa.

O engenheiro civil Fernando Augusto Stremel Andrade foi sentenciado a quatro anos de reclusão por lavagem de dinheiro. Moro, no entanto, substituiu sua pena por prestação de serviços à comunidade e multa de 50 salários mínimos.

As defesas recorreram da condenação à segunda instância. O relator do processo, o desembargador João Pedro Gebran Neto, considerou que não havia provas de que os dois cometeram os crimes de que foram acusados. O voto de Gebran foi acompanhado pelos outros desembargadores.

Coutinho de Sá e Andrade foram alvos da sétima fase da Lava Jato, batizada de Juízo Final. Andrade foi conduzido coercitivamente e liberado após depor.

Já Coutinho de Sá permaneceu nove meses preso. Foi demitido pela empreiteira após a prisão. Ele foi acusado de participar do esquema de pagamento de propinas decorrentes de contratos da OAS com a Petrobras, referentes a obras na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e na Refinaria do Nordeste Abreu e Lima (Rnest).

No caso do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que está preso em Curitiba, os desembargadores decidiram aumentar sua pena em 10 anos e 3 meses. Sua condenação em regime fechado passou dos 16 anos e 4 meses para 26 anos e 7 meses de prisão.

O advogado de Coutinho de Sá, Juliano Breda, disse que a defesa "lamenta o período em que ele permaneceu preso e comemora a absolvição, pois sempre sustentou a sua inocência".

Cal Garcia Filho, advogado de Andrade, disse que a condenação não tinha sustentação em provas e o tribunal corrigiu um grande erro de Moro.

A defesa de Léo Pinheiro não retornou as ligações da reportagem.

O Ministério Público Federal ainda não sabe se recorrerá da decisão.


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