O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, conversou nesta segunda-feira (21) com o presidente da Comissão de Ética da Presidência da República, Mauro Menezes, e pediu que o colegiado antecipe votação, marcada para dezembro, que definirá a abertura de um procedimento investigativo para apurar se o ministro violou a legislação sobre conflito de interesses.
A maioria dos integrantes da comissão votou pela abertura de uma investigação contra Geddel, mas a votação acabou adiada porque o conselheiro José Saraiva, indicado pelo governo de Michel Temer, pediu vista do processo para analisar melhor a questão. A votação, portanto, seria retomada somente na próxima reunião do colegiado, marcada para 14 de dezembro.
Apesar do pedido de vista, Geddel afirmou à Folha que deseja "resolver isso logo" e, por isso, pediu que Mauro Menezes antecipe a votação.
Segundo assessores do ministro, Menezes afirmou que essa decisão não dependia somente dele e que há uma série de trâmites e consultas que deverão ser feitas na comissão antes da retomada da votação sobre o caso.
O presidente Michel Temer conversou com Geddel no início da tarde desta segunda, durante almoço no Palácio da Alvorada, e garantiu a permanência dele no cargo.
COMISSÃO DE ÉTICA
No encontro desta segunda (21), cinco dos sete integrantes da comissão votaram pela instauração de um inquérito para avaliar a denúncia feita por Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, de que Geddel o teria pressionado a produzir um parecer técnico para favorecer seus interesses pessoais em um empreendimento imobiliário em Salvador.
José Saraiva, que pediu vista do processo, foi o último conselheiro a ser nomeado na comissão, em setembro, já pela gestão Temer. Os outros foram escolhidos pelo governo de Dilma Rousseff.
Em 2012, ele recebeu o título de cidadão soteropolitano pela Câmara Municipal de Salvador, em homenagem proposta pelo então presidente Pedro Godinho (PMDB-BA), aliado de Geddel.