Folha de S. Paulo


Garotinho tenta resistir a transferência para presídio e é contido

Alexandre Cassiano/Agência O Globo
O ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, tenta resistir a transferência para Bangu
O ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, tenta resistir a transferência para Bangu

Preso desde quarta-feira (16), o ex-governador do Rio Anthony Garotinho resistiu, na noite de quinta (17), ao ser transferido do Hospital Municipal Souza Aguiar para o Complexo Penitenciário de Bangu.

Ao ser acomodado dentro da ambulância, Garotinho tentou se levantar e foi contido por agentes da Polícia Federal.

Enquanto a maca era transportada até a ambulância, sua filha, a deputada federal Clarissa Garotinho, chorava e dizia: "meu pai não é bandido, querem matar ele lá."

A ex-governadora e mulher de Garotinho, Rosinha, se revoltou com a decisão. "Não quero crer que seja intencional mandar Garotinho para Bangu sabendo que ele foi secretário de Segurança e prendeu muitos bandidos que estão lá. Se alguma coisa acontecer com ele vou responsabilizar o juiz e processá-lo. Ele tem nas mãos a vida do Garotinho."

Garotinho teve um pico de pressão na quarta enquanto estava na sede da Polícia Federal, e foi levado para o hospital.

Uma decisão da Justiça Eleitoral de Campos determinou que ele fosse transferido imediatamente para o hospital penitenciário de Bangu porque ele estava, segundo o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, recebendo regalias e tratamento diferenciado no Souza Aguiar.

A decisão determinou que ele deve ficar em Bangu até que faça um exame cardiológico que está marcado para segunda-feira (21). Depois de conhecido o resultado, será decidido onde Garotinho ficará custodiado.

A defesa de Garotinho afirmou que sua transferência vai contra decisão médica.

"É lastimável um juiz ultrapassar os protocolos médicos e usar a força para retirar um paciente de um hospital. Jamais se viu decisão tão prepotente, arbitrária e desumana", disse, em nota, o advogado de Garotinho, Fernando Fernandes . O advogado disse, ainda, que a Polícia Federal ameaçou prender os médicos. A secretaria municipal de Saúde não respondeu à alegação de Fernandes.


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