Folha de S. Paulo


Procuradores da Lava Jato denunciam Palocci sob acusação de corrupção

Giuliano Gomes/Folhapress
O ex-ministro Antonio Palocci, preso na 35ª fase da Operação Lava Jato, deixa IML em Curitiba após realizar exame de corpo de delito
Palocci foi preso no dia 26 de setembro na 35ª fase da Operação Lava Jato

Procuradores da força-tarefa da Lava Jato do MPF-PR ofereceram nesta sexta-feira (28) denúncia contra o ex-ministro da Casa Civil Antônio Palocci Filho, o empresário Marcelo Odebrecht, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outros 12 pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

As infrações, segundo o Ministério Público, são relacionadas aos contratos de afretamento de sondas entre a Odebrecht e a Petrobras.

A denúncia afirma que as propinas destinadas a Palocci foram contabilizadas pela Odebrecht em um planilha denominada "Programa Especial Italiano".

Segundo a investigação, mais de US$ 10 milhões foram repassados, por determinação do ex-ministro, ao publicitário João Santana e sua mulher, Mônica Moura, para quitar dívidas do PT com eles.

Palocci havia sido indiciado pela Polícia Federal na última segunda-feira (24). Ele foi preso temporariamente no último dia 26 de setembro na 35ª fase da Lava Jato, sendo a prisão convertida para preventiva no último dia 30.

OUTRO LADO

A assessoria de Palocci disse em nota que a denúncia "veicula mais uma deplorável injustiça e (...) não tem o menor apoio nos fatos." "Palocci não é, nunca foi e jamais será o 'Italiano' (...) O codinome 'Italiano' já foi atribuído a outras três pessoas."

A defesa de Vaccari afirmou que a denúncia é "absolutamente imprópria e se baseia exclusivamente em palavra de delator" e que "não existem provas".

A defesa de João Santana disse que "a pressa em produzir denúncias a toque de caixa tem levado a absurdos como este".

Marcelo Odebrecht e outros ex-funcionários do grupo não estão se pronunciando porque negociam um acordo de delação premiada.


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