Folha de S. Paulo


'É uma decisão absurda', diz Cunha após fazer exame no IML

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Preso na quarta (19) pela Lava Jato, o ex-deputado federal Eduardo Cunha declarou nesta quinta (20) que a decisão de sua prisão é "absurda".

Cunha deu a declaração ao sair do exame de corpo de delito, um procedimento de rotina feito no IML (Instituto Médico Legal) de Curitiba.

"É uma decisão absurda", afirmou, entredentes.

Ele foi escoltado por policiais federais, sem algemas. Na entrada, por volta das 10h, deu apenas "bom dia" ao batalhão de repórteres que o esperava.

Alguns curiosos espiavam em prédios vizinhos e das janelas do próprio IML.

Na saída, algumas pessoas gritaram "tchau, querido" e sugeriram que ele "entregue todo mundo".

CARCERAGEM

Para receber o ex-presidente da Câmara em sua sede em Curitiba, a Polícia Federal teve de fazer um remanejamento de presos.

O objetivo era isolá-lo dos demais detidos da Operação Lava Jato. Principalmente dos delatores que o envolvem em seus acordos, como o empresário Marcelo Odebrecht, que negocia colaboração premiada, e o ex-deputado Pedro Corrêa, que aguarda a homologação de seu acordo.

Na sede da PF do Paraná há duas alas, cada uma com três celas. Cunha ficou na ala oposta a dos seus delatores, mas na mesma do ex-ministro Antonio Palocci, preso no fim de setembro. No entanto, eles estão em celas distintas e proibidos de ter contato, inclusive no banho de sol.

Entre as pessoas na mesma ala, estão, por exemplo, quatro traficantes e outros presos da Lava Jato envolvidos em casos que não têm relação com o de Cunha.

O ex-deputado divide a cela com outro preso, que não tem ligação com a Lava Jato.

Como os demais presos, Cunha seguirá a rotina diária de duas horas de banho de sol e conversas permitidas apenas com os advogados.

Nesta semana, ele não irá receber visitas de familiares, algo que só ocorre às quartas-feiras, segundo as regras.

Ao chegar à superintendência da Polícia Federal do Paraná, na tarde de quarta-feira (19), Cunha afirmou que a prisão dele foi um "engano". Policiais relataram à Folha que o político estava quieto e se limitou a dizer isso em sua defesa. Mesmo chegando no fim do dia, o ex-deputado conversou com seus advogados. Ele também passou para os policiais pedido de autorização de medicamentos para pressão.

Altos e baixos de Cunha


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