Folha de S. Paulo


Operação Lava Jato amplia equipe de investigadores

Graciliano Rocha/Folhapress
O procurador Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Lava Jato, em evento em São Paulo
O procurador Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Lava Jato, em evento em São Paulo

Apesar de a Operação Lava Jato ter completado 30 meses e ter apontado à Justiça que já desvendou a maior parte do do esquema de corrupção na Petrobras, a equipe da força-tarefa de delegados da Polícia Federal e de procuradores do Ministério Público Federal em Curitiba ainda está crescendo.

Os reforços mais recentes da operação aumentaram a presença feminina entre os investigadores.

Segundo as autoridades, é necessário trazer mais profissionais para a operação pois ainda há uma enorme quantidade material a ser analisado após o cumprimento de 654 medidas de busca e apreensão nas 35 fases da Lava Jato.

Além do volume que inclui milhares de documentos, e-mails, mensagens de texto de celular e arquivos de computador, o exame de parte do acervo requer conhecimentos técnicos especializados, o que leva as chefias das instituições a buscarem profissionais com perfis específicos para determinadas tarefas.

A direção da PF já autorizou a convocação de três novos delegados para atuar na operação, e eles deverão ser integrados ao trabalho nas próximas semanas. Com o acréscimo, a força-tarefa da PF passará a contar com 63 policiais federais, entre delegados, peritos e agentes.

Um dos novos integrantes já foi escolhido: é o delegado Jacob Guilherme de Melo, atual chefe da Delegacia de Combate à Corrupção no Estado do Acre.

Os nomes dos outros dois delegados a serem incorporados à equipe deverão ser definidos nos próximos dias.

Em julho deste ano, o grupo já havia aumentado com a chegada de mais dez agentes de polícia federal.

De acordo com o delegado Mauricio Moscardi, um dos coordenadores da equipe da PF em Curitiba, "ainda há uma demanda represada de fases anteriores da Lava Jato que justificam o aumento do efetivo".

"Muitas mídias arrecadadas possuem um rico material probatório e devem ser analisadas com máxima urgência para que se possa extrair conhecimento de inteligência", afirmou.

A indicação do delegado Melo para atuar no grupo da PF em Curitiba é um exemplo da busca por profissionais com conhecimentos específicos, segundo Moscardi.

O coordenador da Lava Jato disse que o delegado já trabalhou no mercado financeiro e a chegada dele poderá agilizar as investigações relativas às operações mais sofisticadas do esquema de corrupção na estatal brasileira de petróleo.

INVESTIGADORAS

No primeiro ano de trabalho, a equipe de procuradores do Ministério Público Federal na Lava Jato em Curitiba só contava com homens.

Mas quando a Procuradoria decidiu reforçar o time, em agosto de 2015, a procuradora Laura Tessler foi escolhida para se juntar ao grupo.

Depois, no início deste ano, as procuradoras Isabel Cristina Groba Vieira e Jerusa Burmann Viecili também passaram a trabalhar na força-tarefa em Curitiba.

Na última segunda-feira (26), na coletiva de imprensa sobre a 35ª fase da operação, a procuradora Tessler também afirmou que ainda há um grande acervo de provas a ser examinado pelos investigadores.

"A cada dia que analisamos o material apreendido, temos mais informações. Há muito ainda a ser descoberto, certamente outros personagens vão aparecer e outros fatos e vínculos serão revelados", disse.

Na PF, um dos reforços mais recentes é a delegada Renata da Silva Rodrigues, que atuou principalmente na 26ª fase da Lava Jato, intitulada "Xepa".

No inquérito que gerou essa fase é investigado o setor da empreiteira Odebrecht supostamente dedicado ao pagamento de propinas, conhecido como "Setor de Operações Estruturadas".

Antes da chegada de Rodrigues, em julho de 2015, a única mulher na equipe de delegados da Lava Jato era Érika Marena.


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