Folha de S. Paulo


Okamotto pede que Moro deslacre acervo presidencial de Lula

Zanone Fraissat - 08.mai.2013/Folhapress
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 08-05-2013: O executivo Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, durante a pré-estreia do documentário
Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula

A defesa de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, protocolou nesta sexta (16) petição ao juiz federal Sergio Moro para que o acervo presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja deslacrado "para fins de visitação pública".

Fernando Augusto Fernandes, advogado de Okamotto, afirma em nota que os "dez contêineres com o acervo e as 400 mil cartas da população" cujo armazenamento foi pago pela OAS integram "o patrimônio cultural brasileiro e são declarados de interesse público".

Na petição, a defesa solicita que Moro autorize a restituição da parte do acervo que foi apreendida, e afirma que "não há controvérsia quanto à licitude da origem dos presentes, doações, comendas, prêmios e manuscritos".

"O objetivo de lacrar e apreender parte do arquivo é impedir que o público conheça a história e tentar apagar a memória do presidente operário. Só falta mandar salgar o solo da casa, como fizeram com Tiradentes", diz Fernandes.

Ele também pediu que o juiz rejeite denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal relacionada ao armazenamento do acervo pago pela OAS "diante da evidente carência de elemento objetivo do tipo".

Na petição, a defesa afirma que o acervo de Fernando Henrique Cardoso foi patrocinado com apoio da Lei Rouanet e por empresas privadas, como a IBM. Também diz que, caso a denúncia seja recebida por Moro, chamará "todos os responsáveis por acervos presidenciais: de Itamar Franco e José Sarney, inclusive".

'NÃO TINHA OUTRO JEITO'

Nesta quinta-feira (15), Okamotto afirmou que não tinha outra alternativa senão recorrer à construtora OAS para a guarda do acervo presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele reafirmou ter pedido apoio financeiro da empreiteira para isso. "Não tinha outro jeito. Quem teria condições de pagar R$ 25 mil?", disse.

O presidente do instituto já havia mencionado uma autorização para que o acervo fosse deslacrado. "Se eu cometi algum crime, e eu realmente pedi apoio para OAS, se for o crime, me diz qual é a pena que sou obrigada a cumprir. Porque eu realmente pedi apoio a OAS", afirmou.


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