Folha de S. Paulo


Secretário de Segurança Pública defende ação da PM em protestos

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Barbosa Filho, disse que a polícia agiu "dentro dos parâmetros corretos" nos protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff, que ocorrem desde segunda-feira (29).

Em entrevista à imprensa, ele afirmou que "infelizmente, alguns efeitos colaterais existem", em referência aos manifestantes feridos por bombas da tropa de choque.

Questionado sobre excessos da Polícia Militar nas manifestações, o secretário respondeu que a polícia "reage a ações violentas" dos manifestantes.

"Soube de dois fotógrafos feridos, mas temos um policial militar com fratura exposta em razão de uma bomba caseira jogada pelos manifestantes".

Mágino afirmou não saber se o dano causado à adolescente Deborah Fabri, 19, ferida no protesto de quarta (31), foi causado pela polícia. Ela teve o olho esquerdo perfurado.

"Até o presente momento a estudante não fez o boletim de ocorrência e não procurou a corregedoria. Ela não quer ter contato com a polícia".

Ele disse que, quando há um número muito grande de pessoas reunidas, ocorrer "algum excesso de uma parte ou de outra" é comum.

Mágino declarou que a polícia está trabalhando para garantir que o "cidadão de bem" possa voltar para casa com segurança e que as pessoas possam se manifestar "de forma adequada".

A polícia prendeu um dos autores do ataque à viatura da Polícia Civil na última quarta-feira (31).

PROTESTO NO DOMINGO

Com manifestação marcada para este domingo (4) na avenida Paulista, onde haverá no mesmo dia a passagem da tocha paraolímpica, Mágino declarou que não permitirá dois eventos ocorrendo no mesmo local. "É uma questão de lógica".

"Esse evento da tocha paraolímpica está marcado há muito tempo. É absolutamente inviável que ocorra outra manifestação lá no domingo", declarou.

A respeito dos rumores acerca da utilização das Forças Armadas para a escolta da passagem da tocha por São Paulo, o secretário afirmou não haver necessidade para tal.

"Foi editado um decreto pelo presidente Michel Temer permitindo em todos os locais do país a utilização das Forças Armadas na Paraolimpíada. Isso não quer dizer que faremos isso. A escolta será feita apenas pela PM".

Os movimentos sociais anti-Temer mantiveram o protesto marcado para domingo mesmo assim.

Em razão da passagem da tocha, marcada para ocorrer às 13h30, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo afirmaram, em nota, que adiarão o protesto para as 15h. Anteriormente, a concentração estava programada para as 14h.


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