Folha de S. Paulo


Em reação a impeachment, PT decide reeditar campanha das Diretas-Já

Roberto Stuckert Filho - 28.ago.2016/PR
Presidenta Dilma Rousseff recebe o ex-presidente Lula no Palácio da Alvorada. (Brasília - DF, 28/08/2016) Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Presidenta Dilma Rousseff recebe o ex-presidente Lula no Palácio da Alvorada

O comando do PT decidiu, nesta sexta-feira (2), reeditar campanha das Diretas-Já, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O lema foi lançado em 1983 durante o governo militar, cobrando eleições diretas à presidência da República.

Dilma foi cassada na última quarta (31) pelo Senado por 61 votos a 20. Michel Temer assumiu seu lugar e ocupará o cargo até 31 de dezembro de 2018.

A proposta foi aprovada por unanimidade pela Executiva Nacional do partido.

A ideia dividia o partido antes do desfecho do julgamento de Dilma no Senado. Seus opositores alegavam que o lançamento da campanha representaria uma rendição do PT.

Além disso, Dilma, ainda na presidência, teria de apresentar um projeto de plebiscito.

Concluído o processo de impeachment, o PT poderá se decidir a uma campanha que remete a 1985, no fim da era militar.

"O PT vai defender eleições diretas. O texto foi aprovado em acordo", relatou o vice-presidente do partido, Paulo Teixeira.

Além disso, será divulgado um texto em defesa de Dilma e Lula, endossando o discurso de despedida da ex-presidente.

NOTA DO PARTIDO

Reunida nesta sexta-feira, a cúpula do PT definiu em nota o "objeto central" de colocar "fim ao governo do usurpador Michel Temer".

"A postura do PT não poderá ser outra que não aquela enunciada pela companheira Dilma, quando anunciou a mais firme, incansável e enérgica oposição que o um governo golpista pode sofrer", diz o documento divulgado após reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A nota defende ainda o lançamento da campanha das Diretas-Já e diz que a bancada do partido está orientada a "enfrentar a agenda golpista" no Congresso Nacional.


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