Folha de S. Paulo


Após impeachment, Dilma decide se mudar para o Rio

A ex-presidente Dilma Rousseff vai morar na cidade do Rio de Janeiro, onde sua mãe, Dilma Jane, tem um apartamento. A petista, segundo aliados, pretende ter atuação política mais agressiva após o impeachment e, para isso, precisa concentrar suas atividades numa região mais central do país.

A forte presença de correspondentes estrangeiros na cidade também pesou na escolha. A avaliação é que o discurso de que Dilma foi vítima de um golpe tem receptividade no exterior, e ela vai insistir nesse argumento. A ex-presidente vai dividir seu tempo entre viagens internacionais e nacionais, além de estadas em Porto Alegre, onde moram sua filha e os netos.

No Rio, Dilma estará com a mãe, que está doente e vive com a petista no Palácio do Alvorada, em Brasília.

Com a perda do cargo, Dilma não terá direito a salário, residência oficial e avião presidencial, mas manterá benefícios dados a ex-presidentes como dois veículos oficiais, segurança e seis servidores.

A intenção inicial da petista era ir para a sua residência em Porto Alegre já neste fim de semana. A mudança dos objetos pessoais do Alvorada será paga pela Presidência.

Nas últimas semanas, ela já transportou para a capital gaúcha livros e roupas. Os livros ocupam a maior parte do conjunto de seus pertences, e a ex-mandatária pretende levar consigo sua biblioteca inteira. Ela também levará a cadela dachshund Fafá –encontrada pela petista na rua em uma das suas caminhadas matinais.

ESTRATÉGIA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará, nesta sexta-feira (2), de reunião da cúpula do PT que definirá estratégia pós-impeachment.

Lula manterá o tom de enfrentamento no discurso público, embora seus colaboradores recomendem cautela neste momento. Já Dilma, cujo desempenho na reta final do processo foi elogiado pelo ex-presidente, ganhou fôlego e buscará maior visibilidade a partir de agora.


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