Folha de S. Paulo


Lewandowski permite votação sobre direitos de Dilma em separado

Alan Marques/ Folhapress
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, preside sessão do Senado ao lado de Renan Calheiros
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, preside sessão do Senado ao lado de Renan Calheiros

No comando da fase final do impeachment de Dilma Rousseff, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, decidiu acatar o pedido da defesa da petista de votar separadamente à perda de mandato a inabilitação.

O recurso usado pela defesa de Dilma pretende minimizar os impactos do esperado resultado final do julgamento, que deve afastá-la em definitivo do cargo. Isso porque, se inabilitada, além de deixar a Presidência da República, a petista fica impedida de exercer qualquer função na administração pública.

Apesar dos apelos da base de Temer, Lewandowski acatou o pedido, atendendo a um pedido do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que o procurou ontem com a solicitação. O ministro argumentou que precisava manter a coerência com a conduta que tem adotado até então e deferir o cumprimento do Regimento Interno do Senado.

Acatada a proposta de votar em separado a inabilitação para cargos públicos para Dilma Rousseff, os aliados da presidente afastada acreditam que, pelo menos nesta questão, vão conseguir uma votação favorável à petista.

"Na perda de mandato, a situação está muito difícil, mas na inabilitação, se for votada em separado, temos grandes chances de ganhar", afirmou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Segundo o petista, os aliados de Dilma conseguiram a promessa de alguns senadores, que vão aprovar o afastamento definitivo da presidente, de votar a favor dela na questão da inabilitação para cargos públicos.

É o caso do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que já declarou seu voto a favor do afastamento definitivo de Dilma, mas defendeu a separação da inabilitação no momento da discussão do assunto no início da sessão. "Nesse caso, estou do lado dela [Dilma]".

Reservadamente, petistas dizem que muitos senadores podem votar a favor de Dilma no tópico da inabilitação de cargos para "reduzirem o peso na consciência" de aprovarem a perda de mandato da petista.


Endereço da página:

Links no texto: