Folha de S. Paulo


Lula almoça com Dilma para traçar estratégia pós-impeachment

Pedro Ladeira/Folhapress
A presidente afastada Dilma Rousseff faz sua defesa na sessão de votação do julgamento final do processo de impeachment, no plenário do Senado, nesta segunda-feira (29). O presidente do STF Ministro Ricardo Lewandowski preside a sessão, ao lado do presidente do senado senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O ex-presidente Lula assiste das galerias, ao lado de convidados da presidente afastada.
O ex-presidente Lula durante discurso de Dilma nesta segunda (29)

Um dia após o pronunciamento da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi nesta terça-feira (30) ao Palácio da Alvorada almoçar com a sucessora e ex-ministros e fazer uma avaliação da fase final do processo de impeachment.

O ex-presidente fez elogios ao discurso da presidente afastada e disse que ela foi "muito firme". Segundo aliados, Lula tem dito que gostaria que as coisas "fossem diferentes" mas, para isso, Dilma precisaria tê-lo "ouvido mais".

No almoço, os petistas devem fazer uma avaliação do desfecho do processo e traçar as estratégias para o pós-impeachment. O prognóstico entre os aliados de Dilma, porém, não é otimista –são necessários 54 dos 81 senadores para seu afastamento definitivo e foram 59 os votos contra ela na primeira fase do processo no Senado.

Lula pretende ficar em Brasília até o fim do julgamento, nesta quarta-feira (1), conversando com senadores na tentativa de reverter votos.

O foco do ex-presidente são parlamentares do Maranhão, liderados pelo ex-ministro de Minas Energia Edison Lobão, que relataram ao petista insatisfação com a família Sarney no Estado. Além de Lobão estão no grupo João Alberto (PMDB) e Roberto Rocha (PSB).

MOVIMENTOS SOCIAIS

Mais cedo, também no Alvorada, Lula fez uma reunião com integrantes de movimentos sociais, entre eles Vagner Freitas, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), e o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

À Folha, Freitas relatou que as conversas desta terça no Alvorada foram centradas na reversão dos votos dos indecisos e no dia de Dilma após a decisão do Senado.

Segundo o presidente da CUT, a petista deve dar uma coletiva cercada de seus apoiadores. A CUT também promoverá um ato de rua em Brasília em apoio à Dilma, mas não deve contar com a presença dela.

"As palavras da presidente eram a de resistir até o fim", relatou o sindicalista.


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