Folha de S. Paulo


Empresas não comprovam serviços para chapa Dilma-Temer, diz TSE

Adriano Machado - 2.mar.2016/Reuters
Dilma Rousseff e Michel Temer em evento no Planalto antes do afastamento da petista
Dilma Rousseff e Michel Temer em evento no Planalto antes do afastamento da petista

Uma perícia encomendada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concluiu que ao menos três empresas contratadas pela campanha da presidente afastada, Dilma Rousseff, e do presidente interino, Michel Temer, em 2014 não conseguiram comprovar que prestaram o serviço prometido.

O material foi anexado aos processo em tramitação no tribunal que pedem a cassação da chapa presidencial formada por PT e PMDB.

Os técnicos se debruçaram sobre a relação comercial da campanha com as companhias VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda; Red Seg Gráfica e Editora; Focal Comunicação; e a Editora Atitude.

O levantamento identificou os indícios de irregularidades na atuação das três primeiras. Segundo o laudo, VTPB, Mídia Exterior e Red Seg não apresentaram a documentação suficiente para atestar que cumpriram os serviços pelos quais foram remuneradas.

Em relação à Editora Atitude, os peritos afirmaram que ela não prestou serviços à chapa petista em 2014. Alvo da Operação Lava Jato, ela era suspeita de ter sido usada para lavar dinheiro do PT.

A Red Seg recebeu R$ 6,15 milhões da campanha. A gráfica não tem nenhum funcionário registrado, e documentos apontam como presidente o motorista Vivaldo Dias da Silva, que recebia R$ 1.490 por mês em 2013.

Já a VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda recebeu R$ 22,9 milhões, supostamente, para prestar serviços de publicidade e fornecer materiais impressos. Há indícios de que a gráfica seria uma empresa de fachada e sem estrutura para oferecer os serviços contratados.

A Focal, a segunda empresa melhor remunerada pela campanha, recebeu R$ 24 milhões e também teria um motorista como controlador.

Corregedora e relatora do caso no TSE, a ministra Maria Thereza de Assis Moura estabeleceu prazo de 15 dias para as partes se pronunciarem sobre o laudo. As ações foram movidas pelo PSDB.

No mesmo despacho, ela determinou que sejam colhidos depoimentos de delatores e outros personagens já investigados pela Lava Jato.

Na lista estão: o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, o dono da UTC Ricardo Pessoa, o empresário Augusto Mendonça, os ex-executivos da Andrade Gutierrez Flavio Barra e David Barra, além do ex-vice-presidente da Camargo Correa Eduardo Leite e do ex-presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Marcelo Neri.


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