O candidato João Doria (PSDB) prometeu reduzir de 27 para 20 secretarias da administração pública, se eleito prefeito de São Paulo.
O tucano citou, nesta quinta-feira (18), pastas voltadas a mulheres, negros, pessoas com deficiência, juventude e LGBT. As duas últimas não existem na atual gestão.
"As políticas públicas serão mantidas integralmente, mas não os penduricalhos", afirmou em referência a estruturas como a de motorista e secretária. "Tudo isso é custo. Para quê? Gerar status? Prefiro gerar política pública."
Ele afirmou que enxugar o tamanho do Estado não implicará em desemprego, porque, "ao colocar o setor privado na gestão, naturalmente ele passa a abrigar esses empregos e qualifica e paga melhor".
No terceiro dia de campanha oficial, Doria visitou uma feira de rua nos Jardins, bairro nobre da capital, acompanhado de candidatos a vereador como Mario Covas Neto, presidente municipal do PSDB que tenta a reeleição, e Léo Coutinho (PSDB).
Doria voltou a dizer que cobrirá o que não arrecadar em fundos para bancar a campanha, orçada em R$ 20 milhões, mas não disse quanto já aportou.
A campanha informou que o tesoureiro será Helio Duarte, ex-diretor do HSBC.
ADVERSÁRIOS
A campanha do prefeito Fernando Haddad (PT), candidato à reeleição, afirmou que Doria "mostra mais uma vez desconhecer a cidade" ao citar pastas que não existem.
"Nós iremos reforçar as políticas para mulheres, pessoas com deficiência, população LGBT, jovens e de igualdade racial", disse o candidato, em nota.
A candidata do PSOL, Luiza Erundina, criticou a proposta de Doria de cortar secretarias caso seja eleito.
Erundina afirmou que o tucano age de forma autoritária e excludente. "Ele já está anunciando que vai acabar com as políticas que interessam a esses segmentos, que são os mais excluídos", disse a candidata.
"Isso mostra o caráter do governo dele se ele chegar lá. Excluir mulheres, deficientes, jovens... Ele vai governar pra quem? Pra minoria que ele representa", afirmou Erundina.
"É um absurdo o que esse homem está dizendo que vai fazer. Além da privatização generalizada, ele exclui direitos importantes conquistados ao longo de décadas de luta", completou.
Colaborou CAROLINA LINHARES, de São Paulo