"Me entendo como progressista", afirma o candidato do Solidariedade à Prefeitura de São Paulo, Major Olímpio.
Deputado federal da "bancada da bala", foi policial durante 29 anos antes de entrar na política, e é um dos defensores, na Câmara, da redução da maioridade penal.
Apesar disso, o candidato que na última pesquisa Datafolha apareceu com 3% de intenção de voto, rejeita o rótulo de "reacionário". "É reacionário alguém que defende a lei?", questiona.
Folha - O sr. é uma figura bastante ligada à polícia. Como isso afeta sua campanha?
Major Olímpio - O maior desespero da população hoje é a segurança. Essa sensação de terra sem lei e a esperança de ter alguma melhora desperta a confiança da população. Eu entendo que é isso que acaba colocando o eleitor a apostar na figura do xerife, aquele que pode fazer cumprir a lei.
Quais são suas propostas para a segurança pública?
Nós queremos fazer um aumento de efetivo da Guarda Civil, colocar mil homens a mais por ano. Vamos ampliar a Operação Delegada [iniciada em 2009, paga a policiais nas folgas para que fiscalizem ambulantes], para aumentar a presença de polícia principalmente nas áreas, onde você tem comércio criminoso, investir na presença massiva da Guarda e da polícia. Além disso, fazer um programa de iluminação pública, que contribui para a segurança, e a integração dos sistemas de comunicação das câmeras do município com a polícia.
O sr. é acusado por opositores de ser adepto de políticas "reacionárias". O que pretende fazer voltado à população LGBT, por exemplo?
Nós vamos prosseguir com os programas voltados para essa população. Não sou homofóbico, ao contrário, estamos num país preconceituoso e é necessário ter as estruturas públicas para garantir direitos às minorias. É tido como reacionário alguém que defende a lei, valores da sociedade, civismo? Me entendo como um cara de pensamento progressista. Mas tenho as minhas posições. Não sou favorável à descriminalização das drogas, a minha vida toda eu vi gente sendo morta por malditos traficantes que vendem a morte. Dizer que se liberar o comércio vai acabar o crime é falso, hipócrita. É reacionária essa postura?
No último Datafolha, o sr. ficou com 3% de intenção de voto. Qual a sua estratégia para melhorar nas pesquisas?
Eu tenho uma dificuldade porque o meu partido é pequeno, a imprensa ficou o tempo todo discutindo em que momento iam retirar a minha candidatura e me aliar a alguém, não consegui me apresentar como candidato. Mas vai haver uma mobilização, como nunca tivemos, dos servidores públicos, não só dos policiais militares. Eles estarão comigo numa corrente, e são multiplicadores muito grandes, no boca a boca, pela internet, Whatsapp.