Folha de S. Paulo


Discurso repetitivo acende alerta da campanha de Doria

Zanone Fraissat - 16.ago.2016/Folhapress
SAO PAULO/SP BRASIL. 16/08/2016 - O candidato Joao Doria e o candidato a vice-prefeito, Bruno Covas fazem caminhada pelas ruas do centro com ato final na frente do Teatro Municipal, ele uso o metro para ir embora ate seu escritorio(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS, COTIDIANO)***EXCLUSIVO***
João Doria e o candidato a vice, Bruno Covas, fazem caminhada pelas ruas do centro

No primeiro dia oficial de campanha eleitoral, o candidato João Doria (PSDB) deu sinais de cansaço e acendeu o alerta de sua equipe pelo tom do discurso.

Um auxiliar próximo a ele avaliou que será preciso ajustar a fala do tucano ao público a quem ele se dirige em cada ocasião, em vez de repetir bordões.

Nesta terça-feira (16), Doria tomou café da manhã com operários em um canteiro de obras, às 6h, e criticou o PT. "Nossa bandeira jamais será vermelha", discursou.

No final da manhã, em caminhada pelo centro da cidade ao lado de militantes do PSDB, ele repetiu o tema. "Tenho orgulho do Brasil dos brasileiros, não do Brasil dos petistas", afirmou.

Ao andar da praça da Sé ao Theatro Municipal, Doria repetiu o trajeto percorrido em campanhas pelo ex-governador Mario Covas (1930-2001) e o governador Geraldo Alckmin.

A equipe de Doria disse que sua agenda está puxada, e ele já demonstrou alguma fadiga.

Doria tem o hábito de trabalhar até de madrugada e começar o dia bem cedo, quando faz exercícios físicos.

'DISCORDO COMPLETAMENTE'

Após a publicação da reportagem, o candidato procurou a Folha para expressar "total discordância" do conteúdo. "É lógico que estou bem disposto. Quais foram os sinais de cansaço que dei hoje?", questionou. "Nenhum."

O tucano disse que, inclusive, insistiu com a sua equipe para andar pelo centro, em vez de ficar apenas no Theatro Municipal, como recomendado. "Trabalho 16, 17 horas [por dia] há muitos anos e nunca me queixei de cansaço."

Além disso, Doria afirmou que é praxe políticos repetirem mensagens para reforçá-las, até por uma questão de coerência.

"Todo candidato faz isso. Se as mensagens são positivas, qual é o problema de repeti-las? Os mais brilhantes repetem. É a reafirmação de um posicionamento, de convicções", defendeu.


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