Folha de S. Paulo


Renan atua para sessão do impeachment ser concluída nesta terça

Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente do senado Renan Calheiros passa a presidência para o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, na sessão para votação da pronúncia do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, no plenário do Senado.
Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski, no plenário do Senado.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está atuando diretamente nesta tarde para convencer senadores da base aliada do governo interino que ainda não discursaram na sessão do impeachment desta terça (9) a desistir de suas falas. O objetivo é garantir que a votação prévia do processo ocorra até o fim da noite de hoje.

O peemedebista está chamando senadores de vários partidos, um a um, a seu gabinete para convencê-los sobre a celeridade da votação. Inicialmente, a previsão era de que a sessão se prolongaria pela madrugada desta quarta (10) mas agora parte dos congressistas acredita que o resultado pode sair ainda nesta terça.

Antes de voltar ao Senado na parte da tarde, Renan esteve com o presidente interino, Michel Temer, de quem tem se aproximado cada vez mais, e almoçou com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), um dos principais articuladores do impeachment na Casa.

Alguns partidos da base aliada já se articularam para acelerar a fase de discursos. O senador Aécio Neves (MG), por exemplo, discursou em nome do PSDB e, com isso, seis senadores abriram mão de suas falas. Outros quatro mantiveram. No caso do DEM, apenas Caiado e José Agripino (RN) subiram à tribuna.

A cúpula do PMDB na Casa também trabalha para que parte de sua bancada retire as inscrições para discursar. Até agora, três senadores do PMDB discursaram e outros quatro estão inscritos para falar.

Até o momento, 17 senadores já discursaram. Eles têm 10 minutos cada um para apresentar seu posicionamento. No total, foram 55 inscritos. A fase de discursos começou por volta das 14h30.

Pela manhã, o senador Aécio Neves tentou construir um acordo para que a sessão fosse suspensa às 23h e retomada apenas às 9h. Congressistas da própria base reagiram à ideia e passaram a defender a celeridade dos trabalhos.

"Se na primeira vez em que votamos para afastar a presidente nós ficamos até às 5h da manhã, por que vamos interromper agora? As pessoas não estão acompanhando isso aqui. Estão assistindo à Olimpíada mas querem que o processo acabe logo", afirmou o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO). Ele também disse que não aceitaria nenhum tipo de acordo para que o intervalo fosse estabelecido.

De acordo com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, ele acatará a decisão que for tomada em consenso entre todas as lideranças da Casa. Ele é o responsável por conduzir os trabalhos nesta fase, em que os senadores votarão o parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável à condenação de Dilma Rousseff.

Ela é acusada de editar três decretos de créditos suplementares sem aval do Congresso e de usar verba de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas "pedaladas fiscais", que custaram em 2015 R$ 72,4 bilhões para serem quitadas.


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