Folha de S. Paulo


Artistas almoçam com Moro e declaram apoio à Lava Jato

Theo Marques/Folhapress
Curitiba, Parana, Brasil, 08-08-2016, 15h00 - Artistas globais vem a Curitiba prestar homenagem ao Juiz Sergio Moro, e dar apoio a cartilha de 10 medidas contra corrupcao propostas pelo Ministerio Publico Federal. Suzana Vieira e Lucinha Lins recebem homenagens e tiram fotos com manifestantes. (Foto: Theo Marques/Folhapress - FSP-PODER)
As atrizes Lucinha Lins e Suzana Vieira após participar de almoço em Curitiba (PR)

Um grupo de artistas se reuniu nesta segunda (8) com o juiz Sergio Moro e almoçou com o magistrado num restaurante em Curitiba para declarar apoio à Operação Lava Jato e às dez medidas contra a corrupção.

Estiveram no ato os atores Luana Piovani, Suzana Vieira, Vitor Fasano, Lucinha Lins e Jorge Pontual, além do cantor Fagner -um dos favoritos de Moro, que almoçou com o juiz também no domingo, com direito a fotos e a uma palhinha de "Guerreiro Menino".

"Estou aqui fazendo coro de apoio à Lava Jato e ao Sergio Moro", disse Fagner, que em seguida cantou: "Guerreiros são pessoas / São fortes, são frágeis / Guerreiros são meninos / No fundo do peito / Precisam de um descanso".

"Ele foi muito elegante, muito discreto, mas acima de tudo agradecido", comentou Lucinha Lins, sobre o almoço com o magistrado.

"Ele é gentilíssimo, amoroso. Ficou encantado de a gente pegar um avião e vir até aqui", afirmou Suzana Vieira, uma das mais tietadas por manifestantes que aguardavam o grupo. "Eu tenho certeza de que ele é abençoado."

Moro, que recebeu os artistas em seu gabinete antes do almoço, não desceu para o ato, realizado em frente ao prédio da Justiça Federal do Paraná.

Na chegada dos artistas ao local, cerca de cem pessoas com bandeiras do Brasil, faixas e camisetas de apoio a Moro celebraram, cantaram o hino nacional e gritaram "E dá-lhe Moro, e dá-lhe Moro, olê, olê, olê" e "Justiça Federal, orgulho nacional".

Na sequência, tiraram selfies com os atores e agradeceram pelo apoio.

VÍDEOS

Os artistas disseram representar cerca de 50 atores, que gravaram vídeos individuais de apoio à Lava Jato e às dez medidas contra a corrupção, propostas pelo Ministério Público Federal.

"Nós trouxemos aqui nesse pendrive o apoio de mais de 50 pessoas", declarou Fasano. "É para mostrar que muitos de nós defendemos as dez medidas, sim, e queremos que elas sejam aprovadas. O recado é inclusive para os senhores Rodrigo Maia [presidente da Câmara] e Renan Calheiros [presidente do Senado]."

A atriz Luana Piovani disse que o grupo representava "o sentimento de todos os brasileiros". "Cansamos desse lugar inerte de apenas lamentarmos as bandalheiras que fazem com nosso dinheiro. Sabemos as melhorias necessárias e não suportamos mais tanta corrupção."

O grupo negou que o ato fosse uma reação ao que ocorreu com a atriz Letícia Sabatella, que na semana passada foi hostilizada durante um protesto pelo impeachment em Curitiba.

"São coisas completamente diferentes. As dez medidas são anteriores a isso", declarou Fasano. "Nós lamentamos os xingamentos. Ela tem o direito de se expressar, tem a preferência dela. Para nós, nesse momento, o que interessa é acabar com a corrupção", disse o ator Jorge Pontual.

Os artistas ainda se reuniriam com o procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal –um dos idealizadores das dez medidas.

'PIRA DA JUSTIÇA'

Aproveitando a presença dos globais, grupos de apoio à Lava Jato promoveram ainda um ato para acender a "pira da Justiça", uma alusão à pira olímpica, que foi montada na praça em frente à sede da Justiça Federal no Paraná.

Uma tocha foi esculpida pelo artista plástico Luiz Gagliastri, natural de Curitiba –que também presenteou Moro com uma escultura em bronze representando o personagem Dom Quixote de La Mancha.

"O Moro é o Dom Quixote da Justiça", afirmou Gagliastri. "Ele luta contra os gigantes, rompe barreiras, vence inimigos invencíveis, voa em limites improváveis."

O ato foi testemunhado por Fagner e por Jorge Pontual. A pira, abastecida por dois botijões de gás, deverá ficar acesa ao longo da Olimpíada. "A ideia é que o espírito da Justiça permaneça aceso", disse a jornalista Rafaela Pilagallo, uma das organizadoras.

O ato foi liderado por grupos de combate à corrupção, como o Vem Pra Rua e o Mais Brasil, e pela Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas).


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