Folha de S. Paulo


PT e PSDB armam ataques à chapa de Marta e Matarazzo

Divulgação
primeira foto matarazzo e marta
Marta Suplicy e Andrea Matarazzo divulgam a primeira foto após a aliança PMDB-PSD

O anúncio da aliança entre Marta Suplicy (PMDB) e Andrea Matarazzo (PSD) provocou reação imediata dos adversários da corrida eleitoral.

Temendo prejuízos, os candidatos do PT, Fernando Haddad, e do PSDB, João Doria, desenharam já nesta terça (26) diferentes estratégias de ataque à chapa PMDB-PSD.

Em sabatina realizada por Folha, UOL e SBT, o prefeito de São Paulo investiu contra os patrocinadores da nova aliança –segundo ele, os ministros José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD).

Com isso, Haddad tenta atrair eleitores de esquerda que são simpáticos a Marta, mas refratários aos dois ex-prefeitos.

"Não vou questionar a Marta por estar recebendo apoio do Kassab. Quem tem que explicar é ele. Quem falou tão mal da Marta e agora está dando apoio é o Kassab", disse Haddad, insistindo: "mais do que o Kassab falou mal da Marta, impossível".

Na sabatina, Haddad associou Marta a Serra, que é amigo de Matarazzo e atuou para que o vereador aceitasse o convite do PMDB.

"A Marta está recebendo o apoio do Kassab e acho que do Serra também. O Serra é o articulador", afirmou, dizendo-se "muito confortável" com seu vice, Gabriel Chalita (ex-PMDB, hoje no PDT).

A articulação de Doria vai em direção contrária. Disposto a herdar os potenciais eleitores de Matarazzo, o candidato do PSDB se prepara para intensificar a associação de Marta e Matarazzo ao PT, apresentando-se como o único candidato de centro.

Tanto PSDB como PT pretendem ainda questionar a composição, lembrando que Marta e Matarazzo já trocaram ataques no passado.

Para tucanos, o lançamento da chapa reveste uma disputa entre o governador Geraldo Alckmin e o ministro José Serra. A eleição municipal seria uma antecipação da briga dos dois pela vaga no PSDB para disputar a Presidência. Presidente nacional do PSD, Kassab evitou rebater as críticas de Haddad.

"Em campanha eleitoral, sou muito propositivo. Sou uma pessoa que, quando atiram pedra, eu jogo flores. O eleitor quer saber de propostas, quer identificar quem conhece melhor a cidade e eu deixei um legado de realizações e marcas", defendeu-se.

Kassab fez questão de minimizar antigas rusgas com Marta. Os dois foram adversários na campanha municipal de 2008, quando, ainda no PT, Marta causou polêmica ao questionar a vida pessoal do adversário.

"É casado? Tem filhos?", perguntou, em propaganda. televisiva. Além disso, ela buscou associar o então adversário aos ex-prefeitos Paulo Maluf e Celso Pitta.

"Quando se faz uma aliança, o próprio nome diz. Se não fosse aliança, é porque não havia diferença, estaríamos todos nos mesmo partido", afirmou Kassab.

INSEGURO

Dizendo-se a aliados inseguro quanto à decisão de ser vice de Marta, Matarazzo divulgou, na tarde desta terça, uma nota para justificar o acordo.

"O grande sonho e privilégio de ser prefeito de São Paulo, que sempre declarei, se revelam menores diante do que é melhor para a cidade. São Paulo não pode ser instrumento do capricho de ninguém", disse.

À Folha ele afirmou que as críticas dirigidas a Marta ficaram "no passado" e se justificou sobre as sucessivas negativas sobre a possível aliança. "Eu estava lançando candidatura, em partido novo, e todo mundo pressionando. Queriam que eu falasse o quê?", disse Matarazzo.

No ato de sua filiação ao PSD, em março, ele teria dito que era "mais fácil vaca voar" do que ele se aliar à Marta. "Pelo que me lembro, eu disse que era mais fácil piano voar", afirmou nesta terça, bem-humorado.

Matarazzo afirmou ainda que ele e Marta têm "temperamentos complementares" e o fato de os dois serem "bastante sinceros" evitará problemas na aliança.

Os dois posaram para a primeira foto conjunta após a reunião de campanha em que discutiram a convenção que homologará a chapa, no sábado (30).


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