Folha de S. Paulo


Doria e Haddad não lideram nem entre tucanos e petistas, diz Datafolha

Editoria de Arte/Folhapress
perfil eleitorado

Tradicionais polos da política nacional, o PT e o PSDB não conseguem liderar a disputa pela Prefeitura de São Paulo nem entre seus próprios apoiadores, de acordo com o Datafolha.

Segundo pesquisa do instituto feita entre a terça (12) e a quarta-feira (13), a hoje peemedebista Marta Suplicy, nome histórico do PT que deixou a sigla em 2015, é tão citada quanto o atual prefeito, Fernando Haddad, entre eleitores que se dizem simpatizantes petistas.

Da mesma maneira, entre o eleitorado tucano, Celso Russomanno (PRB) é o predileto, à frente de João Doria, que disputa um cargo público pela primeira vez e sofre resistência interna do PSDB.

Entre o eleitorado geral, Russomanno está na liderança isolada, com 25% das intenções de voto ante 16% de Marta. Considerando apenas o eleitor tucano, o candidato do PRB tem 30% de apoio, enquanto Doria, no mesmo segmento, tem 19%.

O PSDB é o segundo partido mais citado como preferido dos eleitores, com 7%. O PT lidera nesse quesito, com 11% do eleitorado. Dizem não ter um partido de preferência 70% dos moradores de SP.

Ao entrevistar os eleitores, os pesquisadores do Datafolha não informam qual é o partido de cada candidato.

Como a propaganda eleitoral só será permitida daqui a um mês, é provável que eleitores ainda relacionem Marta ao PT, seu antigo partido, e não saibam quem o PSDB lançará como candidato. Disseram conhecer Doria "muito bem" apenas 15% dos eleitores.

Ao analisar, porém, um universo mais restrito de entrevistados, como os 7% que preferem o PSDB, a margem de erro da pesquisa tende a ser maior. Na pesquisa geral, feita com 1.092 entrevistados, a margem de erro máxima é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

RENDA E ESCOLARIDADE

Os números do Datafolha também mostram diferenças expressivas na preferência do eleitorado dependendo dos níveis de escolaridade, renda e também da idade.

Entre os entrevistados que possuem curso superior, a disputa muda completamente de perfil em relação ao eleitorado geral. Nesse estrato da população, Russomanno, Erundina, Haddad e Doria estão quase empatados e Marta perde espaço.

O petista, o tucano e a candidata do PSOL também ampliam seus percentuais ao levar em conta apenas o eleitorado de renda familiar acima de cinco salários mínimos.

O resultado contradiz a tendência atual de afastamento do PT do eleitor de alta renda, setor que mais defendeu o afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Na divisão por idade, Erundina, que governou o município de 1989 a 1992, vai bem entre os eleitores com 60 anos ou mais, enquanto ainda é pouco conhecida entre jovens de até 24 anos.

Russomanno e Marta, que largam na frente da disputa, segundo o Datafolha, se distanciam dos oponentes no eleitorado de escolaridade de nível fundamental e de renda familiar de até dois salários mínimos. No cenário sem a candidatura do PRB, a peemedebista lidera com 21%, à frente de Erundina, com 13%.


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