Folha de S. Paulo


Governo não vê impedimento para nomeação de general para a Funai

Camarapel/Divulgação
general Peternelli
O general da reserva do Exército Sebastião Roberto Peternelli Júnior, que recebeu convite para a Funai

O governo interino de Michel Temer não vê impedimentos para a nomeação do general da reserva do Exército Sebastião Roberto Peternelli Júnior para a presidência da Funai (Fundação Nacional do Índio).

O Palácio do Planalto espera a confirmação oficial da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que costuma fazer averiguação prévia sobre nomes indicados ao governo federal. O PSC recebeu a informação de que, em uma análise inicial, o nome já foi aprovado pela agência de inteligência.

Caso tenha a aprovação da Abin, o governo interino pretende publicar a nomeação do militar nas próximas semanas no 'Diário Oficial da União".

Nesta quarta-feira (6), a Folha mostrou que, em uma página na internet, o militar filiado ao PSC postou uma imagem em homenagem ao golpe militar de 1964.

Nas palavras de um assessor presidencial, o general "não pode ser penalizado por uma posição histórica". Segundo ele, o general defende atualmente a democracia e não há indícios de corrupção contra ele, o que o torna capacitado para exercer a função.

A indicação para o comando da Funai foi oferecido ao PSC pelo apoio do partido ao governo interino. Segundo documento da Comissão Nacional da Verdade, ao menos 8 mil indígenas foram mortos durante a ditadura militar no país.

Nesta manhã, um grupo de indígenas protesta na frente do Palácio do Planalto contra a nomeação e a "militarização da Funai".

O militar foi candidato pelo PSC a deputado federal por São Paulo em 2014 –recebeu 10.953 votos e não se elegeu.

Nascido em Ribeirão Preto (SP), Peternelli é ligado ao partido que tem uma das bancadas mais conservadoras no Congresso, com oito deputados, entre os quais Jair Bolsonaro (RJ), seu filho Eduardo (SP) e o pastor evangélico Marco Feliciano (SP).


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