Folha de S. Paulo


Governo anterior nunca apoiou a Lava Jato, diz ministro da Justiça

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira (23) que o governo da presidente afastada Dilma Rousseff "jamais apoiou institucionalmente" a operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção envolvendo desvios da Petrobras.

A Lava Jato teve início em 2014, durante a gestão da presidente Dilma, e levou à prisão dirigentes do PT, como o ex-tesoureiro João Vaccari Neto. Petistas criticavam o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, por não controlar a Polícia Federal na Lava Jato.

Moraes deu as declarações ao comentar uma possível influência entre sua visita à força-tarefa de Curitiba e a operação desta quinta, que prendeu o ex-ministro petista Paulo Bernardo –a operação não foi deflagrada por Curitiba, mas por São Paulo.

Luciano Amarante/Folhapress
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes

"Não há nenhuma relação da minha visita institucional, de apoio à Lava Jato, provavelmente seja isso que tenha deixado desconfortável essas pessoas, é que o governo anterior jamais apoiou institucionalmente a Lava Jato, porque o governo anterior jamais apoiou o combate à corrupção", disse.

E completou afirmando que a gestão do presidente interino Michel Temer (PMDB) "apoia totalmente o combate à corrupção, apoia totalmente a Operação Lava Jato, e não tem vergonha, como o governo anterior tinha, de dizer isso".

Um dos integrantes da cúpula do governo, o agora ex-ministro Romero Jucá (PMDB-RR), saiu do cargo após ser flagrado em conversas na qual sugeria um pacto para deter a Lava Jato.

Temer também foi citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, sob acusação de ter pedido dinheiro de propina para a campanha de Gabriel Chalita, à época no PMDB, à Prefeitura de São Paulo. Temer nega ter feito o pedido.

Já a presidente afastada Dilma foi alvo de um pedido de inquérito sob acusação de tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato. Ainda não houve decisão pela abertura do inquérito. Dilma também nega as acusações.


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