Folha de S. Paulo


Movimentos de esquerda discordam sobre proposta de plebiscito

Reunidos na Avenida Paulista, num ato contra o impeachment, integrantes de movimentos de esquerda discordaram nesta sexta-feira (10) da ideia de convocar um plebiscito para decidir sobre a antecipação de eleições.

Em conversa com a presidente afastada Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também disse discordar do lançamento da proposta agora.

Dilma se reunião com Lula em São Paulo. No encontro, Dilma relatou a movimentação dos senadores em favor de um plebiscito. Na véspera, ela ventilou a hipótese durante entrevista à EBC.

Segundo petistas, Lula ouviu os argumentos de Dilma, mas avaliou que o tema divide a base de apoio do partido. A ideia, segundo Lula, seria investir contra Michel Temer.

No dia 21 de maio, durante reunião com representantes da Frente Brasil Popular, Lula afirmou:

"Não há consenso. Vamos seguir em frente", disse ele, segundo relato do coordenador dos Movimentos Sociais, Raimundo Bonfim.

Para Bonfim, ao defender o plebiscito "Dilma renuncia a dois anos de mandato". Presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, diz que agora é o "Fora Temer". "Ele não tem legitimidade. Temer não tem credibilidade", disse o presidente da CUT.

Um dos coordenadores do MST, Gilmar Mauro disse "primeiro tem que se restabelecer a democracia".

Pessoalmente favorável à proposta, Guilherme Boulos diz que é preciso construir uma posição unitária, o que ainda não existe.

FORA TEMER NA PAULISTA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é esperado no ato contra o governo interino de Michel Temer na avenida Paulista, em São Paulo.

Marcado para as 17h em frente ao Masp, o protesto bloqueia a avenida Paulista da rua Peixoto Gomide até a alameda Pamplona.

A manifestação foi convocada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. Segundo os organizadores, o ato reúne 80 mil pessoas.

O protesto começou com um show do cantor e compositor Chico César. No caminhão de som, também discursaram líderes de entidades e partidos, como o PSOL e movimentos em defesa da moradia.


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