Folha de S. Paulo


Lula participa de ato contra Temer nesta sexta em São Paulo

Adriano Vizoni - 18.mar.16/Folhapress
GALERIA DA SEMANA - SEXTA-FEIRA, 18.mar/2016 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa para manifestantes que participam de ato pró-Dilma na avenida Paulista, em SP
Lula discursa para manifestantes que participam de ato pró-Dilma na av. Paulista, em março

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar nesta sexta-feira (10), em São Paulo, de um ato contra o governo interino de Michel Temer.

Organizado pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, o protesto vai reunir representantes de movimentos sindicais e sociais, além de militantes do PT e de outros partidos que acusam Temer de "atacar direitos" e defendem a tese de "golpe" contra Dilma.

A presidente afastada, Dilma Rousseff, estará em São Paulo. A presença dela no ato chegou a ser confirmada, mas depois ela afirmou a aliados que não deve participar.

Dilma cumpriu nesta quinta (9) agenda em Campinas, interior paulista, onde visitou um projeto de ciência na Unicamp e participou de um almoço com intelectuais, cientistas e jornalistas na casa do físico Rogério Cézar de Cerqueira Leite.

Nesta quinta, ela desistiu de viajar de avião comercial, como era previsto, e alugou um jato particular de oito lugares para se deslocar até Campinas e São Paulo. Os gastos da viagem foram pagos pelo PT.

Segundo assessores de Dilma, a opção pelo jatinho se deu por "motivos de segurança".

ALMOÇO

Grupos favoráveis e contrários a presidente afastada, Dilma Rousseff, protestaram em frente ao condomínio onde fica a casa do físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp, onde Dilma almoçou e ficou por quase duas horas.

Participaram do "almoço de solidariedade" à presidente os jornalistas Juca Kfouri, colunista da Folha, e José Trajano, o escritor Fernando Morais, o ator e diretor José Celso Martinez Corrêa, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, os ex-ministros Carlos Gabas e Aloizio Mercadante e o diplomata Paulo Sérgio Pinheiro. Dilma chegou por volta das 13h10.

O ato contrário à petista foi organizado pelo MBL (Movimento Brasil Livre). Os manifestantes usavam camisetas do Brasil e carregavam cartazes "Impeachment Já!", "Buzine pela Lava Jato" e "Vaza querida". Um carro de som acompanhava o grupo, que de acordo com a Polícia Militar, reunia 50 pessoas.

O grupo favorável a Dilma, que também contava com 50 pessoas, era formado majoritariamente por mulheres de movimentos como Marcha das Mulheres e Advogados Independentes. Elas gritavam "Dilma guerreira da pátria brasileira" e "Fica, Dilma" e carregavam cartazes com dizeres "Dilmaravilha" e bandeiras do PT.

Quando viram a mobilização da segurança de Dilma para que ela saísse da casa do professor emérito da Unicamp, um grupo de cerca de vinte moradores se posicionou próximo à saída do condomínio. Vestindo roupas amarelas e carregando bandeiras do Brasil, eles se aproximaram do carro em que estava Dilma e gritaram palavras de ordem contra a petista e faziam gestos de "tchau".

Já do lado de fora do condomínio, a presidente afastada abaixou o vidro do carro e acenou para o grupo que fazia o protesto contra o impeachment.

QUASE CONFUSÃO

Houve um princípio de confusão quando a jornalista Martha Raquel Rodrigues, 22, dos Jornalistas Livres, que usava uma camiseta vermelha, foi agredida por cinco mulheres do MBL com um cabo de vassoura.

A Polícia Militar interveio e os grupos se separaram. O MBL deixou o local depois de cerca de uma hora. Muitos deles eram moradores do condomínio Alto das Palmeiras, onde mora Cerqueira Leite.

Outro princípio de confusão aconteceu quando uma moradora, usando uma camisa do Brasil, saiu do condomínio sambando, em um gesto de provocação ao grupo petista. A polícia novamente interferiu e a moradora deixou o local.

Protesto


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