Folha de S. Paulo


Um mês depois de assumir, Waldir Maranhão tenta presidir Câmara

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 18-05-2016, 11h00: O presidente da câmara dos deputados Waldir Maranhão (PP-MA) preside reunião de líderes partidários na presidência da câmara. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O presidente da câmara dos deputados Waldir Maranhão (PP-MA) durante reunião em maio

Avesso a entrevistas e impedido pelos partidos do "centrão" de comandar as sessões da Câmara, o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), apareceu na manhã desta quarta-feira (8) para tentar conduzir os trabalhos do plenário, mas acabou fracassando mais uma vez.

Já de saída ele levou uma reprimenda do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o obrigou a mudar a pauta de votações que planejava conduzir, sob pena de não conseguir "ficar nem duas horas na cadeira".

Maranhão havia iniciado as votações com a discussão de um pedido de tramitação em regime de urgência de projeto para desmembrar universidades. Maia protestou, afirmando que já havia acordo para votar em segundo turno a Desvinculação das Receitas da União, a chamada DRU. Maranhão voltou atrás e colocou a votação da DRU em pauta.

Apesar do recuo, partidos como o DEM, PSDB e PPS passaram a pedir a saída do deputado da cadeira. Maranhão sofre essa resistência desde que tentou anular a votação que autorizou a abertura de processo de impeachment contra Dilma Rousseff.

"O senhor está colocando essa Câmara no patamar mais baixo que ei já vi em todos os meus 21 anos e meio de mandato, saia dessa cadeira", bradou o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA).

Apesar de ter sido defendido por petistas, Maranhão foi obrigado então a encerrar a sessão sem a votação da DRU.

Vice da Câmara, o deputado do PP assumiu o comando da Casa após o afastamento Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pelo Supremo Tribunal Federal em 5 de maio.

Desde então faz uma gestão errática e marcada por recuos e reclusão. Sob a avaliação de que ele é fraco política e administrativamente, os partidos do centrão o forçaram a aceitar acordo para terceirizar a presidência das sessões para o deputado Giacobo (PR-PR), o segundo-vice, que é quem vem comandando as votações mais polêmicas.

Giacobo comandará a sessão da tarde desta quarta em que a Câmara deverá tentar novamente votar a DRU.


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