O jornalista Ricardo Melo reassumiu nesta sexta-feira (3) o cargo de diretor-presidente da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), estatal responsável pela gestão das emissoras de TV e rádio do governo federal.
Em comunicado veiculado pela assessoria de imprensa, a EBC informa sobre o retorno e adianta que Melo irá analisar todos os despachos feitos no período em que esteve fora.
"Todos os atos formalizados desde sua exoneração [...] serão analisados de forma serena e transparente, à luz do regimento da EBC e sempre em diálogo permanente com os empregados, o Conselho Curador e o Conselho de Administração", diz a nota oficial.
Melo, que havia sido nomeado poucos dias antes da abertura do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), foi exonerado assim que Michel Temer (PMDB) assumiu o Palácio do Planalto.
Para seu lugar, o peemedebista escolheu outro jornalista, Laerte Rimoli.
Melo retomou a cadeira após uma decisão liminar assinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), José Dias Toffoli, na quarta-feira (1º).
O diretor-presidente chegou à sede da EBC, em Brasília, por volta das 15h desta quarta. Ele passou a tarde reunido com integrantes da sua equipe. A tendência é que só comece a rever os atos assinados durante sua ausência a partir da próxima segunda-feira (6).
Também na semana que vem, ele deverá chamar para reuniões integrantes do Conselho Curador e representantes dos trabalhadores da empresa.
PLANALTO
No Palácio do Planalto, o retorno de Melo é visto com cautela. A avaliação é que a caneta dele não tem poder suficiente para fazer um estrago de grandes proporções, já que parte das decisões precisa passar pelo Conselho de Administração da estatal.
Não será surpresa para os assessores de Temer se o diretor-presidente fizer algumas nomeações e até revogar decisões de Laerte Rimoli, como o de cancelar contratos da gestão anterior.
Nos últimos dois dias, Rimoli se reuniu com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e com o secretário de Comunicação Social da Presidência, Marcio Freitas, no Planalto. Nessas conversas, ele foi orientado a aguardar, uma vez que o governo interino confia na derrubada da liminar concedida por Toffoli.