Delegados da Polícia Federal pediram nesta quarta (1º) ao novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, a definição de um mandato de três anos para o cargo de diretor-geral da PF e no máximo uma recondução por igual período .
Os delegados também querem que seja respeitada, para a próxima nomeação de um diretor-geral, a ordem de votação de uma lista tríplice escolhida por delegados da PF, a exemplo do critério adotado desde 2003 para a Procuradoria-Geral da República.
Os delegados federais que formam a lista da categoria para uma futura nomeação são Erika Mialik Marena, Rodrigo de Melo Teixeira e Marcelo Eduardo Freitas.
As reivindicações foram entregues a Moraes por dirigentes da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de PF), que afirma manter 2.257 filiados. O presidente da entidade, Carlos Eduardo Sobral, disse que o ministro prometeu analisar os pleitos.
"A Polícia Federal investiga atos de corrupção praticados por membros do governo que tem acesso a recursos públicos, inclusive do alto escalão. Isso pode trazer um descontentamento e gerar pressão para a destituição de um diretor-geral", disse Sobral.
A escolha de uma lista tríplice para a PF é polêmica. Luís Antonio Boudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, que reúne os servidores da categoria diz que a votação feita pela ADPF não tem nenhum valor legal.
"Essa é uma estratégia para pressionar o diretor-geral e colocar no seu lugar uma pessoa alinhada aos propósitos da associação dos delegados."
Eduardo Sobral argumenta que a lista era necessária diante de uma suposta proximidade da saída do atual diretor-geral, Leandro Daiello.
"O diretor-geral já vem se manifestando em conversas informais que deve sair logo após as olimpíadas. Nada mais natural que realizar o processo da lista tríplice." O diretor-geral Leandro Daiello, no entanto, nega que tenha estabelecido prazo para deixar o cargo.