Folha de S. Paulo


Líderes pressionam Maranhão a se abster de condução dos trabalhos

Os líderes partidários pressionaram o presidente interino, Waldir Maranhão (PP-MA), nesta segunda-feira (23), para que ele oficialize sua abstenção da condução dos trabalhos no plenário da Câmara.

O pepista ficou de analisar a sugestão, embora tenha dito na reunião de líderes, que ocorreu no início desta noite, que deixará a sessão de hoje, quando serão analisadas duas medidas provisórias, a cargo do segundo vice-presidente da Casa, deputado Giacobo (PR-PR).

A intenção dos líderes é que Maranhão abra mão de conduzir as sessões não somente por meio de um acordo verbal, o que já garantiu o início das votações, na última semana, sob a presidência do Giacobo.

Os líderes querem que Waldir Maranhão invoque trecho do artigo 17 do regimento interno da Câmara, que destaca: "o presidente poderá delegar aos vice-presidentes competência que lhe seja própria".

Maranhão assumiu interinamente a presidência da Casa, desde que os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) afastaram o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo e também do exercício do mandato.

Considerado um congressista fraco politicamente, seu nome nunca foi visto com bons olhos pelo núcleo do presidente interino, Michel Temer, mas causou repulsa e burburinho na classe política de forma geral após a decisão intempestiva de anular o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Desde então, vem-se pensando numa alternativa para não permitir que Maranhão conduza os trabalhos no plenário da Câmara. Alega-se a incapacidade política dele para o cargo, mas há temores sobre a instabilidade do deputado.

Caso Waldir Maranhão não ceda a pressão e, por bem, abra mão da condução dos trabalhos e oficialize isso, os líderes pretendem apresentar em plenário um projeto de resolução para ser votado. Confiam na aprovação.


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