Folha de S. Paulo


Supremo me afastou com objetivo oculto, diz Cunha

Pedro Ladeira/Folhapress
O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) presta depoimento ao Conselho de Ética da Câmara
O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) presta depoimento ao Conselho de Ética da Câmara

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou em depoimento ao Conselho de Ética nesta quinta-feira (19) que se sente "injustiçado" pelo Supremo Tribunal Federal e que a decisão de seu afastamento possui "algum tipo de objetivo" oculto.

"É óbvio que foi uma decisão construída para ter algum tipo de objetivo, que com o tempo se saberá qual é", afirmou Cunha, sem dar sua opinião sobre qual acha ser o objetivo.

Cunha citou que o próprio Supremo considerou a decisão "excepcionalíssima" e que, pela Constituição, a única medida cautelar possível contra um parlamentar é a prisão em flagrante.

O presidente afastado da Câmara ainda disse ser "estranho a celeridade e a seletividade" das investigações contra ele.

"É muito estranha a celeridade com relação a mim quando, por exemplo, uma denúncia contra o presidente do Senado tá há três anos sem ser apreciada pelo pleno [do Supremo]", disse.

A denúncia contra Renan Calheiros (PMDB-AL), por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso, chegou a ficar pronta para ir ao plenário, mas foi retirada pelo relator, ministro Luiz Fachin.

Questionado se está se considerando alvo de uma conspiração, Cunha disse que "não vim aqui para fazer exposição de vitimação".


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