Folha de S. Paulo


Terra da Lava Jato, Curitiba tem atos contra Temer e em apoio ao juiz Moro

Juliana Coissi/Folhapress
Ato contra o presidente interino Michel Temer na praça Santos Andrade, em Curitiba, neste domingo

A região central de Curitiba recebeu dois protestos na tarde deste domingo (15), o maior deles contra o presidente interino Michel Temer (PMDB). O ato se concentrou na praça Santos Andrade, nas escadarias da UFPR (Universidade Federal do Paraná), ponto tradicional de manifestações da capital paranaense.

Por volta das 16h30, estavam concentradas aproximadamente 500 pessoas no ato contra Temer, segundo a Polícia Militar do Paraná –já organizadores falaram em 2.000 participantes.

A algumas quadras dali, no calçadão da rua 15 de Novembro, em um ponto conhecido como Boca Maldita, cerca de cem pessoas, também segundo a PM, participavam de ato em apoio ao juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em primeira instância.

A mobilização foi feita por redes sociais pelos grupos "Fora, Temer" e Movimento Curitiba contra a Corrupção.

Nas escadarias, a maioria dos que protestavam seguravam cartazes com o rosto do peemedebista e os dizeres "Temer golpista".

Não havia carros de som. Os discursos –geralmente de estudantes– aconteciam com a ajuda de um megafone. As falas eram cortadas por gritos como "Fora, Temer" e "Volta, Querida".

O juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato, que apura esquema de desvio de recursos públicos por meio de contratos com a Petrobras, também foram lembrados no ato. Cartazes de "Lava trouxa" e gritos de "juiz ladrão, Senado fanfarrão", "Cadê a Lava Jato?" e "Cadê Sergio Moro?" estavam presentes na manifestação para cobrar a investigação de políticos.

Uma hora depois do início do ato, o grupo decidiu seguir em passeata até o prédio do Iphan (órgão federal de patrimônio histórico), que na sexta-feira (13) foi ocupado por um grupo de artistas e de integrantes de movimentos culturais. A ação foi uma forma de protestar pela incorporação do Ministério da Cultura ao Ministério da Educação.

"O motivo inicial nosso foi para protestar pela desvalorização da cultura, de agora ter virado uma secretaria", disse Fernando Lopez, membro da Frente Resistência Democrática e um dos que discursava no megafone.

Pelo caminho da passeata, parte do grupo respondeu, com gritos de "Vai bater panela", algumas pessoas que, da janela dos prédios, vaiaram o protesto.

A passeata terminou na frente no Iphan por volta das 18h. O público se sentou no asfalto para iniciar uma sequência de debates.

PROTESTOS

Em Belo Horizonte, o ato contra Temer aconteceu pela manhã, com concentração a partir das 10h. O local escolhido foi a praça da Liberdade.

Com participação da Frente Brasil Popular de Minas, o protesto teve ainda a presença de estudantes da UNE, Ubes e membros do PCdoB.

Em São Paulo, a manifestação teve concentração a partir das 14h, na avenida Paulista. Houve confronto com grupo pró-impeachment.


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