Folha de S. Paulo


Procuradoria pede arquivamento de inquérito de Júlio Delgado na Lava Jato

Pedro Ladeira - 30.jun.15/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 30-06-2015, 11h00: O dep. Julio Delgado (PSB-MG), que foi citado na delação do empresário Ricardo Pessoa. Reunião da CPI da Petrobras. O presidente é o dep. Hugo Motta (PMDB-PB) e o relator é o dep. Luiz Sergio (PT-RJ). (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O deputado Julio Delgado (PSB-MG), que foi citado na delação do empresário Ricardo Pessoa

A Procuradoria-Geral da República pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) o arquivamento do inquérito que investiga a suposta ligação do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) com o esquema de corrupção da Petrobras.

A solicitação será analisada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. É praxe que, diante de pedidos de encerramento feitos pelo Ministério Público, que conduz o inquérito, o Supremo siga a recomendação e feche o caso.

Segundo a Folha apurou, o pedido de conclusão do inquérito ocorre porque os investigadores avaliam que não há elementos probatórios que possam comprovar a citação feita ao deputado na delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, apontado como chefe do cartel de empresas que atuou no esquema de corrupção da Petrobras.

O empreiteiro afirmou aos investigadores que o congressista recebeu R$ 150 mil da empresa graças a um acerto ilícito. Delgado teve um encontro, em julho de 2014, em São Paulo, com o empresário. A negociação envolveria a blindagem de Pessoa na CPI da Petrobras.

O deputado afirmou que foi levado pelo então presidente do PSB de Belo Horizonte, João Grossi, à sede da UTC, para pedir doações. Ele disse que recebeu a verba por meio da conta do partido, verba que foi distribuída a outros candidatos.

Para os investigadores, não foram encontrados indícios de que o repasse ocorreu dentro de um contexto de pagamento de vantagens indevidas em troca de favorecimento ao empresário.

Delgado chegou a integrar a CPI da Petrobras, que investigou as irregularidades na empresa, mas pediu para se afastar depois do depoimento de Pessoa. O parlamentar chegou a questionar o empresário sobre as acusações, mas ele ficou em silêncio. Os procuradores da Lava Jato apontam que Delgado teve uma participação ativa contra o empreiteiro na CPI, mesmo após a doação.

Esse é o segundo arquivamento promovido pela Procuradoria na Lava Jato no Supremo. O órgão já encerrou, por falta de provas, uma investigação sobre uma menção feita por delator contra o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG).


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