Folha de S. Paulo


Temer diz que não vai 'fazer milagres' e promete novo pacto federativo

Pedro Ladeira/Folhapress
Brasilia, DF, Brasil 12.05.2016 Michel Temer chega ao palacio do planalto para assumir como presidente interino Foto: Pedro Ladeira/Folhapress cod 4847
Michel Temer (PMDB) chega ao Palácio do Planalto para assumir a Presidência interinamente

O presidente interino Michel Temer (PMDB) disse que não vai "fazer milagres" em dois anos, tempo que ficará no cargo até as próximas eleições caso a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) sofra um impeachment.

Em entrevista à revista "Época" nesta sexta-feira (13), Temer também afirmou que ainda não "caiu a ficha" de que ele assumiu a Presidência nesta quinta, e que pretende trabalhar para "botar o país nos trilhos", em referência à crise econômica e política que o Brasil atravessa.

Por isso, as prioridades do novo governo serão recuperar a confiança do mercado na economia, tarefa sob responsabilidade do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), e melhorar as relações entre o Planalto e o Congresso, estremecidas durante o governo Dilma.

"Fui presidente da Câmara por três vezes e sei bem o quanto é necessário ter diálogo com os parlamentares e manter o respeito pelas ideias diferentes. Não é fortuito que tantas lideranças partidárias estejam comprometidas com o ministério que foi montado," afirmou à revista.

A maioria dos ministros escolhidos por Temer vem do Congresso. Das 23 pastas, 13 são comandadas por deputados e senadores, o que representa 57% da nova formação da Esplanada.

Outra prioridade do presidente interino é a reformulação do pacto federativo, tema que abordou em seu primeiro discurso oficial no cargo. O peemedebista afirma que há um desequilíbrio entre os tributos que vão para a União e o que é recebido por Estados e municípios.

"A partir da próxima semana, formaremos uma comissão que encontre soluções para recompor o pacto federativo, para que tenhamos uma verdadeira federação", disse.

Ele também disse querer mudar a cultura política do país, resgatando o "valor sagrado" da Constituição.


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