Um dos principais articuladores do rompimento do PMDB com o governo Dilma Rousseff (PT), o agora ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB) já dava sinais, durante a campanha eleitoral de 2014, de que sua relação com a gestão petista estava desgastada.
Em agosto daquele ano, o então senador fez críticas ao primeiro mandato de Dilma e declarou voto no candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves.
Logo depois da posse de Dilma, Jucá passou a defender que o PMDB rompesse a aliança com o PT e migrasse para a oposição.
Sob o argumento de que o partido não ditava as prioridades do governo e era tratado como coadjuvante, o senador comandou a reunião relâmpago do diretório nacional que decidiu pelo rompimento oficial com Dilma.
Na semana seguinte, Jucá assumiu o comando do PMDB em substituição ao vice-presidente Michel Temer.
Em discurso no plenário do Senado, ele afirmou que o governo "conseguiu fazer tudo da pior forma possível".
Homem-forte do governo Temer, Jucá é investigado pela Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal). Há um inquérito em razão da delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia. Ele afirmou que Jucá pediu R$ 1,5 milhão em doações para as eleições de 2014 em Roraima, quando seu filho, Rodrigo Jucá, 34, foi candidato a vice-governador.
Jucá confirma o pedido de doação, mas diz que ele foi feito de maneira legal.
O senador nasceu no Recife (PE) em 1954 e estudou economia na Universidade Católica de Pernambuco, mas fez sua carreira política em Roraima. De maio de 1986 a setembro de 1988, presidiu a Funai (Fundação Nacional do Índio) e, por nomeação do então presidente José Sarney, governou o recém-criado estado de Roraima de 1988 a 1990.
Jucá se elegeu senador pelo Estado em 1994, 2002 e 2010. Foi líder do governo no Senado dos governos FHC, Lula e Dilma.
| Editoria de arte/Folhapress | ||
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