Folha de S. Paulo


De perfil centralizador, Moraes fez carreira em governos do PSDB

Joel Silva - 14.ago.2015/Folhapress
Secretário de segurança pública do Estado, Alexandre de Moraes
O ministro da Justiça e Cidadania do governo Temer, Alexandre de Moraes

O novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, deixou a carreira de promotor no Ministério Público de São Paulo em 2002, quando foi convidado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para assumir seu primeiro cargo no Executivo, à frente da Secretaria de Justiça.

Em 2005, como presidente da antiga Febem (atual Fundação Casa), fez uma gestão tumultuada que deixou um passivo trabalhista milionário. Moraes demitiu boa parte dos servidores, que ingressaram na Justiça e acabaram reintegrados ou indenizados.

Na Prefeitura de São Paulo, era chamado de "supersecretário" na gestão de Gilberto Kassab (hoje no PSD). Acumulou as pastas de Transportes e de Serviços e era cotado para suceder o prefeito, até que romperam, em 2010.

O racha fez Kassab rever, na ocasião, os principais projetos de Moraes. Os dois, que agora serão vizinhos na Esplanada, jamais reataram.

Dali até a posse como secretário de Segurança Pública em 2015, novamente em uma gestão Alckmin, Moraes advogou. Mantém um escritório em um edifício no Itaim-Bibi (zona sul paulistana).

Entre os clientes, uma cooperativa de perueiros que o contratou logo após sua saída da Secretaria Municipal de Transportes. Foi advogado de Eduardo Cunha (PMDB) em uma ação no STF. E defendeu interesses salarias de oficiais da Polícia Militar de São Paulo –pouco antes de assumir a Segurança Pública.

Manteve-se próximo dos coronéis da PM até recentemente, quando, como chefe da Segurança, passou a enfrentar críticas por ser considerado muito "personalista" e "centralizador", além de fazer discursos muito contundentes, —recentemente, chamou protestos contra o impeachment de "guerrilha".

Como autor, é bastante citado. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, embasou a decisão que barrou a posse do ex-presidente Lula na Casa Civil com excertos de obras de Moraes. Para interlocutores, a meta dele é o STF.

Editoria de arte/Folhapress
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