Folha de S. Paulo


Análise

Falta de recursos na saúde fecha serviços e ameaça programas

Pedro Ladeira/Folhapress
Michel Temer chega ao Palácio do Planalto para a cerimônia de posse dos ministros
Michel Temer chega ao Palácio do Planalto para a cerimônia de posse dos ministros

Um quadro desolador espera a equipe do presidente interino Michel Temer na área da saúde. Com a redução de R$ 5,5 bilhões no orçamento para o Ministério da Saúde este ano, a previsão é que haverá aumento de cortes de todas as ordens.

Nesta semana, o então ministro da Saúde em exercício, Agenor Álvares da Silva, disse que os recursos para o Samu e para o programa Aqui Tem Farmácia Popular só duram até agosto.

O Farmácia Popular foi criado há dez anos e subsidia a venda de remédios contra várias doenças, como Parkinson, diabetes, glaucoma, osteoporose, além de anticoncepcional e controle do colesterol.

Unidades de saúde estão sendo fechadas em todo o Brasil. Ao mesmo tempo, hospitais de referência, como o Hospital das Clínicas de São Paulo e a Santa Casa, também estão restringindo atendimentos ambulatoriais.

Na esfera estadual e na municipal, funcionários públicos da saúde de diversos Estados e municípios estão com salários atrasados ou parcelados.

A crise econômica, que levou ao aumento do desemprego, fez com que 1,33 milhão de pessoas perdessem seus planos de saúde, o que tem levado muita gente a bater na porta do já sobrecarregado e subfinanciado SUS.

Tudo isso em um momento em que o país enfrenta quatro epidemias (dengue, zika, chikungunya e H1N1). O que já era ruim, pode ficar muito pior.


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