Folha de S. Paulo


Toffoli determina abertura de novo inquérito contra Eduardo Cunha

Pedro Ladeira/Folhapress
Eduardo Cunha concede entrevista após o afastamento; STF decide por unanimidade afastá-lo do mandato e da presidência da Câmara (DF)
Eduardo Cunha concede entrevista após o afastamento determinado pelo STF

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Tóffoli determinou nesta quarta-feira (11) a abertura de um novo inquérito contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre o recebimento de propina de Furnas.

O pedido foi feito na semana passada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e redistribuído para Toffoli depois que o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, entendeu que não havia relação direta dessa investigação com a Lava Jato, apesar de ter surgido a partir da delação premiada do senador recém-cassado Delcídio do Amaral (ex-PT-MS).

Com a abertura, Cunha torna-se alvo atualmente de quatro inquéritos sob suspeita de corrupção. Além disso, já houve duas denúncias contra ele. Em uma delas ele já se tornou réu.

Por último, Janot pediu duas novas investigações contra o peemedebista, mas não houve ainda informações sobre a decisão quanto à abertura desses novos inquéritos.

Em sua petição, Janot afirmou que Cunha era um dos "líderes" da célula criminosa em Furnas.

"Pode-se afirmar que a investigação cuja instauração ora se requer tem como objetivo preponderante obter provas relacionadas a uma das células que integra uma grande organização criminosa - especificamente no que toca a possíveis ilícitos praticados no âmbito da empresa Furnas. Essa célula tem como um dos seus líderes o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha."

Cunha nega envolvimento com irregularidades e acusa Janot de ser seletivo. "O PGR continua despudoradamente seletivo com relação ao Presidente da Câmara. Se o critério fosse, de fato, a citação na delação do senador Delcídio, ele deveria, em primeiro lugar, ter aberto inquérito para investigar a presidente Dilma, citada pelo senador por práticas de obstrução à Justiça", informou Cunha, à época do pedido, por meio de nota.


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