Folha de S. Paulo


Maranhão nega 'brincar com a democracia' e diz 'corrigir vícios'

Alan Marques/Folhapress
Brasilia,DF,Brasil 09.05.2016 Waldir Maranhao (PP-MA) Waldir Maranhao, presidente interino da Camara dos Deputados, anula votacao do processo de impeachment de Dilma Rousseff Foto:Alan Marques/Folhapress cod 0619 *** Local Caption *** o
Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Câmara dos Deputados

Em um rápido e tumultuado pronunciamento, de menos de três minutos, o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), afirmou na noite desta segunda-feira (9) que não está brincando com a democracia e que obedeceu às leis do país.

Autor de decisão que tinha o objetivo de anular a votação da Câmara que autorizou a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, o deputado do PP não quis responder a perguntas, nem detalhou as razões que embasaram sua decisão.

"A nossa decisão tem base na Constituição, no nosso Regimento, para que nós possamos corrigir em tempo vícios que certamente poderão ser insanáveis no futuro. Tenho consciência de como esse momento é delicado. Momento em que temos o dever de salvarmos a democracia pelo debate. Nós não estamos nem estaremos em momento algum brincando de fazer democracia."

A fala é uma resposta ao discurso do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que negou acatar a decisão do presidente da Câmara e a classificou como uma brincadeira com a democracia.

Maranhão deu a entrevista na sala de reuniões da presidência da Câmara, acompanhado de três deputados do PC do B, partido do governador e aliado Flávio Dino (PC do B-MA), de Silvio Costa (PT do B-PE), e de José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara.

Em sua rápida fala, ele disse que o país tem salvação "pela democracia, pelo embate e pelo combate", e, no final, disse ter se formado na escola pública em veterinária.

"Me graduei em veterinária, pela escola pública fiz pós graduação, tornei-me reitor por duas vezes, pró-reitor de graduação", afirmou, dizendo que é com essa história que ele pretendia deixar esse comunicado que, segundo ele, representará "o divisor de águas na nossa democracia".


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