Folha de S. Paulo


Temer sonda tucanos para comandar pasta da indústria e comércio exterior

Bruno Poletti - 8;out.2015/Folhapress
SÃO PAULO, SP, 08.10.2015: EVENTO-SP - O senador José Serra na festa de cem anos da Unibes - União Brasileiro-Israelita do Bem-Estar Social, na Estação Júlio Prestes, em São Paulo. (Foto: Bruno Poletti/Folhapress)
O senador José Serra (PSDB-SP)

A reação negativa do empresariado à ideia do vice-presidente Michel Temer (PMDB) de incorporar o comércio exterior à estrutura do Itamaraty obrigou o peemedebista a rever a posição reservada para o senador José Serra (PSDB-SP) na equipe de seu eventual governo.

Serra era cotado para comandar as Relações Exteriores num desenho que previa a pasta vitaminada com a área econômica. Nesse cenário, o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) seria extinto e, suas funções, distribuídas entre o Itamaraty e o Planejamento.

Mas federações empresariais protestaram e fizeram chegar ao vice que consideram a proposta inadequada não só pela incorporação do comércio exterior ao Itamaraty como pela previsão de que o BNDES acabaria vinculado ao Planejamento.

A insatisfação das entidades patronais deflagrou uma série de rearranjos e levou Temer a indicar para Serra que, se ele não topar o Itamaraty com a mesma estrutura que a pasta tem hoje, poderia assumir o MDIC, numa versão que manteria a influência sobre o BNDES.

Os tucanos colocaram ainda um segundo nome na roda de apostas para o MDIC: o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), também sondado por emissários de Temer. A articulação foi revelada pela colunista Mônica Bergamo.

À Folha Tasso disse que não conversou com Temer sobre o assunto. "Eu não fui convidado por ninguém, não existe convite". Segundo ele, "gente do círculo próximo do vice-presidente me perguntou sobre essa hipótese. Nada além disso", afirma.

Fernando Vivas 23.aug.2014/Folhapress
SALVADOR, BA, 23.08.2014: O ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati, candidato ao Senado pelo PSDB, discursa durante o lançamento do Plano Nordeste Forte, com propostas do presidenciável Aécio Neves (PSDB) para os problemas da região, em Salvador. (Foto: Fernando Vivas/Folhapress)
Senador Tasso Jereissati (PSDB)

Nesta sexta (6), o vice já tinha uma série de posições fechadas para postos na Esplanada em sua possível gestão. O deputado Roberto Freire (PPS-SP) começou a sondar nomes para ajudá-lo no Ministério da Cultura.

O mesmo fez o deputado Sarney Filho (PV-MA), que comandará o Meio Ambiente. Ele, inclusive, passou a buscar contatos com integrantes do atual comando da pasta para se inteirar e iniciar uma espécie de transição.

Temer também definiu que o Desenvolvimento Social será entregue ao deputado Osmar Terra (PMDB-RS). A indicação contempla um pedido da bancada de seu partido na Câmara. Está praticamente selada a ida de Fernando Bezerra Filho (PSB-PE) para a Integração Nacional. Outro pernambucano, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), deverá ficar com Cidades.

O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que comandou a pasta até as vésperas da votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, aparece agora como favorito para Comunicações.

Na Agricultura ganha força o nome do senador Blairo Maggi (MT), hoje no PR. O acerto prevê que ele migre para o PP, engordando a a cota da sigla numa gestão Temer. Ruralista e ex-governador de seu Estado, recebeu em 2005 a "Motosserra de Ouro", uma premiação irônica do Greenpeace, ONG ligada ao meio ambiente.

Os homens de Temer


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