Folha de S. Paulo


Delcídio pede cem dias de afastamento do Senado

Pedro Ladeira - 26.mai.2015/Folhapress
Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado
Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), ex-líder do governo no Senado

No dia em que pode ter seu mandato cassado, o senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) apresentou um novo pedido de afastamento do Senado. Dessa vez, não alega motivos de saúde, mas a necessidade de se ausentar por cem dias para "tratar de interesses particulares".

A licença foi apresentada nesta quarta-feira (4), mas pede o início do afastamento para a próxima sexta-feira (6).

Na terça (3), o Conselho de Ética do Senado aprovou o relatório que recomenda a cassação de Delcídio. A expectativa é que ainda na manhã desta quarta, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado vote o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que deve dar um parecer favorável pela constitucionalidade e juridicidade da peça.

Conforme revelou a Folha, a presidente Dilma Rousseff tem pressionado o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, a pautar a votação da cassação do senador Delcídio do Amaral no plenário da Casa antes da apreciação da admissibilidade do impeachment da petista, previsto para 11 de maio. Renan avalia levar o caso do colega a plenário ainda nesta quarta (4), mas dependerá do andamento da sessão desta manhã na CCJ.

Delcídio foi líder do governo no Senado em 2015 até ser preso em 25 de novembro. Após o episódio, o senador relatou a interlocutores ter se sentido abandonado pelo PT e pelo Planalto, que condenaram as atitudes do parlamentar.

Solto em 19 de fevereiro, poderia ter retomado os trabalhos no Senado, mas tirou cinco licenças médicas seguidas e até hoje não retomou o exercício do mandato.

O senador já disse que pretende votar a favor do impeachment de Dilma, a quem apoiava até ser preso. É justamente por isso que a presidente quer impedir que ele participe da apreciação de seu afastamento.

Se o Senado não apreciar o caso ainda nesta quarta, o processo pode ser pautado para quinta (5) ou para a próxima terça (10)

Ferraço, que relata o caso na CCJ, disse à Folha esta manhã não ter certeza se há prazo suficiente para votar a cassação de Delcídio no plenário ainda nesta quarta, uma vez que o senador precisa ser notificado.


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