Folha de S. Paulo


Janot pede inquérito contra Henrique Alves e Cunha por repasses da OAS

Pedro Ladeira - 26.jan.2016/Folhapress
O procurador geral da República, Rodrigo Janot
O procurador geral da República, Rodrigo Janot

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de um novo inquérito contra o ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sob suspeita de corrupção no recebimento de valores da OAS.

A investigação, que está oculta e sigilosa no Supremo Tribunal Federal, tem como base as trocas de mensagens apreendidas no celular do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.

Nas mensagens, Cunha faz diversas cobranças a Pinheiro por repasses à campanha de Henrique ao governo do Rio Grande do Norte.

O procurador-geral da República Rodrigo Janot suspeita que os pagamentos da OAS fossem propina disfarçada de doação oficial para que os parlamentares atuassem em favor dos interesses da empresa no Legislativo.

Sobre a relação entre os dois peemedebistas, Léo Pinheiro chega a escrever em uma mensagem que "Eduardo Cunha é o grande articulador de Henrique Alves".

Segundo a Procuradoria, há ao menos oito solicitações de doação feitas por Cunha para Henrique Alves. Uma mensagem foi interpretada por Janot como o próprio Henrique cobrando os valores: "Amigo, como Cunha falou, na expectativa aqui. Abs e obrigado!".

Caso o ministro do Supremo Teori Zavascki determine a abertura do inquérito, será o sétimo contra Cunha e o primeiro contra Henrique Alves. Além disso, Janot pediu a inclusão deles como investigados no inquérito-mãe da Operação Lava Jato, que apura a formação de uma organização criminosa na Petrobras, mas ainda não há decisão.

Sobre os novos inquéritos contra si, Cunha já afirmou que está sendo perseguido por Janot e nega o recebimento de propina. Henrique Alves também já comentou que as doações da OAS foram legais, registradas na Justiça Eleitoral, e disse refutar "qualquer ilação".


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