Folha de S. Paulo


Discreto, senador Raimundo Lira foi cogitado para ser líder do governo

Edilson Rodrigues/Agência Senado
Senador Raimundo Lira posa para foto em Plenário após tomar posse no lugar de Vital do Rêgo, que assumiu o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União.
Senador Raimundo Lira posa para foto em Plenário após tomar posse no lugar de Vital do Rêgo

Indicado pelo PMDB para presidir a comissão especial do impeachment, o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) é apontado por colegas como discreto, que não gosta de polêmicas. Por isso, aliás, sua escolha agradou até o próprio PT.

Seu nome chegou a ser ventilado até para ser líder do governo no Senado após a queda de Delcídio Amaral (ex-PT-MS), preso em 2015.

Chegou à Casa por ter sido suplente de Vital do Rêgo (PMDB-PB), eleito em 2010. Com a escolha de Vital para ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), Lira, 72, assumiu o posto definitivamente em dezembro de 2014.

Não é a primeira vez que ocupa uma cadeira no Senado. Empresário do ramo de automóveis, ocupou o cargo de 1986 a 1995.

Nesta quarta, afirmou à Folha que agirá com "absoluta imparcialidade" na condução da comissão.

Diante da indicação, disse que não se manifestará agora a favor ou contra a admissibilidade do processo.

VOTO

O senador disse que, diante da indicação, não vai se manifestar a partir de agora sobre seu voto a respeito da admissibilidade do processo de afastamento da presidente. "Não posso presidir a comissão com um status de definição."

Um dos principais interlocutores petistas no Senado, Lindbergh Farias (RJ) afirmou que o partido concorda com a indicação de Lira para a presidência da comissão especial. "Foi fruto da nossa pressão. É uma vitória", afirmou.

O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), também concordou com a indicação de Eunício. "Tanto Raimundo quanto [Antonio] Anastasia (PSDB-MG) são senadores ponderados, tem temperança, o equilíbrio necessário para fazer julgamento que passe credibilidade".

Eunício afirmou que caberia a ele, como líder da maior bancada, escolher entre a presidência ou a relatoria. Optou pelo primeiro cargo.


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