Folha de S. Paulo


PSDB insiste em Anastasia para relatoria e provoca petistas

Pedro Ladeira - 10.mar.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 10-03-2015, 15h00: O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) discursa na tribuna do plenário do Senado. Ele se defendeu das acusações que foram feitas pelo procurador geral da república, Rodrigo Janot, ao pedir abertura de inquérito no STF sobre a operação lava jato. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) discursa na tribuna do plenário do Senado

Apesar da resistência e das reclamações de petistas, o PSDB vai insistir no nome do senador Antonio Anastasia (MG) para relatar o processo da presidente Dilma Rousseff na comissão especial do impeachment que deve ser instalada na próxima segunda (25) no Senado.

Editoria de Arte/Folhapress

"Não posso me submeter a um beicinho do Lindbergh [Farias]. Duvido que alguém encontre um senador tão bom, com o perfil perfeito, não quer holofotes. O PT funciona na base da conveniência", afirmou o líder tucano na Casa, Cássio Cunha Lima (PB).

A declaração do senador veio em resposta a falas de Lindbergh e demais petistas que ameaçam recorrer à Justiça caso o PSDB mantenha a indicação. Os senadores aliados à Dilma afirmam que os tucanos têm interesse no afastamento da presidente e, por isso, a relatoria deveria ser exercida por um parlamentar mais isento.

"Por que não Cristovam Buarque?", questionou Lindbergh mais cedo.

Ao PMDB, bloco e partido com maior representação na comissão, coube a presidência da comissão. Na tarde desta quarta-feira (20), o líder da sigla no Senado, Eunício Oliveira (CE), confirmou a indicação de Raimundo Lira (PB) para o cargo.

Com essa designação o PT diz concordar. Segundo Lindbergh, Lira é um senador "ponderado".

A comissão deve ser instalada na próxima segunda. Sexta (22), vence o prazo para que os líderes dos blocos partidários indiquem os integrantes da comissão. Apenas o bloco do governo ainda não formalizou suas designações, embora já tenha escolhido os nomes dos senadores que irão representá-lo.

Inicialmente, o presidente do Senado queria instalar a comissão apenas na terça-feira (26), mas uma sugestão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) o fez recuar e acatar a segunda-feira (25). Renan é acusado nos bastidores de trabalhar para atrasar a tramitação do processo de impeachment no Senado.

Essa manhã, negou que tenha qualquer tipo de interferência no processo. Na terça (19), afirmou em discurso no plenário que se nega a ser chamado de "canalha" por atropelar prazos.

"Meu compromisso com a história não permitirá que eu seja chamado de canalha, por ter atropelado o prazo de defesa usado ou por ter dado mais um dia para o prazo de denúncia. Eu não vou escrever esse papel na história do Brasil", afirmou na terça.

O peemedebista disse ainda que, se for necessário, pedirá a "antecipação da transferência" da presidência do Senado para o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), etapa prevista para ocorrer na fase final do julgamento do crime de responsabilidade supostamente cometido por Dilma.

Segundo Renan, esse gesto ocorreria para que "não haja questões de ordem sendo feitas a cada momento por motivação meramente política"'.

Próximos passos do impeachment no Senado


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