Folha de S. Paulo


Não falta nem talento nem programa, falta é governo, diz Temer a Delfim

Em almoço com o ex-ministro Delfim Netto, o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) disse que, neste momento do país, não faltam nem talentos nem bons programas para solucionar a atual crise econômica, o que falta é um governo para executar a melhor saída.

Delfim almoçou com Temer, acompanhado do senador Romero Jucá (PMDB-RR), para discutir um diagnóstico e as medidas necessárias para o país sair da recessão e voltar a crescer.

"O Temer está com a avaliação correta. Ele me disse que não há nem escassez de talentos para comandar a equipe econômica nem falta de um bom diagnóstico, o que falta neste momento é governo, é organização política", afirmou o ex-ministro à Folha.

Nesta linha, o vice-presidente disse a Delfim estar se reunindo com economistas e ouvindo sugestões de nomes e medidas, mas sua principal preocupação neste momento é garantir uma base aliada e uma sustentação política para fazer um bom governo.

Segundo Delfim, o peemedebista disse tem a avaliação de que o principal problema do governo Dilma foi a falta de sustentação política e que, sem ela, não adianta ter um bom programa.

"O diagnóstico dele está corretíssimo. Se houver uma boa organização política, você nem precisa de um gênio na economia para resolver os problemas. Agora, se não tiver, você pode até ter um gênio na equipe que não tem jeito", afirmou o ex-ministro, que atuou como conselheiro do ex-presidente Lula e da presidente Dilma, mas se afastou da petista por avaliar que ela optou por um caminho na economia que só fez aprofundar a atual crise.

Sobre nomes para comandar a equipe econômica, Delfim Netto disse que este não foi o principal tema do almoço e que Michel Temer nem chegou a tratar diretamente do assunto. "Ele tem ouvido múltiplas sugestões de nomes tanto do sindicato dos amigos como dos inimigos íntimos", brincou Delfim, dizendo que ele vai escolher o nome na hora certa.


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