Folha de S. Paulo


Ministro do PMDB diz que fica até que Dilma determine sua saída

Marcelo Sayão - 13.ago.2015/Efe
O ministro de Minas e Energia do Brasil, Eduardo Braga
O ministro de Minas e Energia do Brasil, Eduardo Braga

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, fez um balanço nesta sexta-feira (15) do seu período à frente da pasta, mas garante que não está se despedindo do Ministério. Segundo ele, só sairá do governo se a presidente Dilma decidir, ou quem assumir no lugar.

"Caso o impeachment passe, o Senado só deve votar a questão em meados de maio. Não compete a mim saber se estarei aqui daqui a dois meses. Estou fiel ao meu compromisso com o país", afirma.

Braga, além de ministro, é senador do Estado do Amazonas pelo PMDB. No último dia 29, o partido decidiu romper com o governo.

PLACAR DO IMPEACHMENT NA CÂMARA

"Não é uma questão fechada em relação ao rompimento com o governo. O PMDB nasceu como uma frente ampla parlamentar e sempre admitiu divergências", disse.

Em relação ao processo de impeachment, que se for aprovado na Câmara passará para o Senado, Braga diz que não há necessidade de voltar à casa legislativa para votar no processo.

"Minha suplente está completamente alinhada comigo", diz. A suplente de Braga, Sandra Braga, é sua mulher e já declarou ser contra o processo de impeachment.

BALANÇO

Braga aproveitou o dia para fazer um resgate de suas realizações à frente do Ministério. Ele está na pasta desde o início do segundo mandato de Dilma, em janeiro de 2015.

O ministro elenca como benfeitorias o reequilíbrio do setor elétrico nas questões da recomposição dos reservatórios, da baixa geração hidrelétrica e da implantação do realismo tarifário.

No entanto, acredita que problemas como o derramamento de lama em Mariana (MG) no ano passado, o alto preço dos combustíveis e o excesso de energia que causa prejuízo às distribuidoras ou não são de sua responsabilidade, ou são oportunidades para crescer.

"Antes de Mariana, nunca houve uma matéria sobre o caso. E a fiscalização do Ministério é sobre a mineração. O produtor é o seu próprio fiscal em relação a barragem", disse.

No caso de excesso de energia, diz que isso será utilizado para fomentar o crescimento do mercado livre, segmento no qual empresas negociam eletricidade diretamente com geradores, sem a necessidade de leilões.

"Podemos quebrar paradigmas e permitir que as distribuidoras possam negociar com os geradores e oferecer essa energia. É uma oportunidade para crescer", afirmou.


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