Folha de S. Paulo


Gilberto Carvalho é chamado de 'ladrão' ao visitar Lula em hotel

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O ex-ministro petista Gilberto Carvalho foi hostilizado por manifestantes na manhã desta sexta-feira (15) ao chegar ao hotel Royal Tulip, em Brasília, para encontrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está hospedado no local.

Carvalho chegou ao hotel no mesmo horário em que um grupo de cerca de dez manifestantes de Curitiba e São Paulo, dos movimentos Mais Brasil Eu Acredito e nasruas, também chegava, mas para se hospedar no local. Foi, então, abordado por eles na entrada.

"Tem orgulho dos seus companheiros presos?", questiona a manifestante Claudia Zambelli, do movimento nasruas. Carvalho responde: "Não, eu tenho orgulho de não ser ladrão e de que a imensa maioria dos nossos companheiros não são ladrões. Os que roubaram estão presos".

Ao ser interrompido, Carvalho tenta encerrar a conversa dizendo respeitar a opinião deles. "Eu sou ladrão?", pergunta. A manifestante responde: "O senhor é. E o senhor vai ser preso também".

O ex-ministro continua tentando debater, mas encerra dizendo que "vocês são governados pelo [vice-presidente Michel] Temer e pelo [presidente da Câmara Eduardo] Cunha". Ambos foram criticados pela presidente Dilma Rousseff nessa semana como "conspiradores".

Após a conversa que durou pouco mais de um minuto, Carvalho entrou no hotel e foi em direção ao elevador, para ir ao encontro de Lula.

Negou que o quadro político esteja difícil para o governo apesar da debandada de diversos partidos da base aliada. "Essa debandada era coisa esperada por nós. O importante é que os partidos não fecharam questão", disse à Folha.

Os manifestantes, que vieram de fora para os protestos se hospedar em um dos hotéis mais caros de Brasília, o Royal Tulip, cujas diárias são superiores a R$ 300, afirmam que quiseram ficar no local justamente para estarem próximos de Lula e seus aliados.

"A ideia de ficar nesse hotel foi para a gente estar em contato com eles", afirmou Rafaela Pilagallo, do movimento Mais Brasil Eu Acredito, que se declara ser da "República de Curitiba".

Rafaela ressalta que o movimento é pacífico e que, ao ficar no hotel, a intenção é ter a chance de debater com aliados da petista sobre as razões de seu impeachment. "Não somos contra diálogo e podemos até reverter alguns votos contra o impeachment", disse. Os manifestantes vieram para participar dos protestos deste fim de semana em Brasília e, por isso, devem ficar até segunda-feira (18).


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