Folha de S. Paulo


Lula admite a aliados que situação do governo se tornou difícil

Christophe Simon/AFP
TOPSHOT - Brazilian former President (2003-2011) Luiz Inacio Lula Da Silva gestures as he delivers a speech during a rally in support of Brazilian President Dilma Rousseff in Rio de Janeiro, Brazil on April 11, 2016. A congressional committee on Monday recommended impeachment of Rousseff, setting the stage for a crucial vote in the lower house to decide whether she should face trial. / AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante manifestação favorável ao governo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preocupação e admitiu a aliados, em reuniões nesta quarta-feira (13), que a situação atual do governo é difícil.

Lula passou o dia recluso no quarto do hotel onde está hospedado para articular apoios ao governo e tentar barrar o impeachment no Congresso.

Com uma agenda cheia, recebeu diversos parlamentares, como os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Lindbergh Farias (PT-RJ), o governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT), o deputado petista Vicente Cândido (SP) e um grupo do PCdoB, dentre os quais estava o deputado Orlando Silva (SP).

Políticos que estiveram com ele definem sua aparência como "cansaço" e "abatimento".

Depois de diversos partidos declararem voto pelo impeachment, como o PP e o PSD, até o ex-presidente, que assumiu pessoalmente a articulação para barrar o processo, admitiu a dificuldade da situação, mas tem passado aos aliados a mensagem de que é possível ainda reverter o quadro.

Aos parlamentares que estiveram com ele, pediu que ajudem procurando o maior número de deputados possível até domingo e enfatizou que é preciso continuar trabalhando.

O recado aos indecisos é que, caso o governo vença o impeachment, Lula se tornará ministro e mudará a atual gestão, dando espaço aos aliados.

O ex-presidente mandou recado ao Palácio do Planalto para que seja objetivo na oferta de cargos e, por outro lado, tem recebido lista com nomes de parlamentares a serem procurados em busca de apoio.

Durante a manhã, ainda houve um protesto dentro do hotel, com a entrada de um homem vestido de Pixuleko, o boneco de Lula representado como presidiário. Um funcionário pediu que o homem se retirasse, sob o argumento de que não são permitidos protestos no local.


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