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STF não deve interferir em temas do Congresso no impeachment, diz Fachin

Alan Marques/Folhapress
BRASÍLIA, DF, BRASIL 17.12.2015. Ministro Edson Fachin participa da reunião do STF. Supremo Tribunal Federal retoma, em sessão plenária, julgamento dos ritos do processo de impeachment do mandato da presidente Dilma Rousseff. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
Edson Fachin participa da reunião do STF

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin afirmou nesta terça-feira (12) que o tribunal deve evitar interferir em temas de competência do Congresso durante a discussão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Nesta segunda (11), o ministro negou a concessão de uma liminar (provisória) para impedir a realização da votação do impeachment no domingo (17) e também o procedimento de chamada dos deputados.

O ministro afirmou que o papel do Supremo no processo ficou claro em dezembro, quando o tribunal fixou o rito do pedido de afastamento.

Questionado se há espaço para discutir o teor do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) que recomendou à Câmara o recebimento da denúncia contra Dilma, o ministro disse que não se deve intervir. O governo estuda recorrer ao STF.

"São duas coisas. Em termos gerais, o que Supremo tinha que dizer sobre essa matéria, disse em dezembro. Segundo, o princípio agora, no meu modo de ver, é a autocontenção [não interferência]", disse o ministro.

Os procedimentos para a votação do impeachment foram questionados pelo deputado Weverton Rocha (PDT-MA), que acusava o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de não manter a imparcialidade na condução do processo, com objetivo de facilitar o impedimento da chefe do Executivo.

Entre os pontos citados, Rocha condena a intenção do presidente da Casa de iniciar a votação pelos deputados dos Estados do Sul do país, majoritariamente favoráveis ao impeachment. Rocha pede que a votação seja feita alternadamente, ou seja, um deputado do Norte vota e, em seguida, seria a vez de um parlamentar do Sul.

Fachin afirmou que esses pontos estão previstos no regimento da Câmara e, portanto, referem-se a questões internas.

"Há um regimento da Câmara que estabelece essa ordem [de votação] em tese, até que se prove em contrário. Se houver alguma dissociação do que vai ser feito e do que foi decidido pelo Supremo em dezembro, aí evidentemente esta porta [do Supremo] ainda estará aberta", disse Fachin.

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