Folha de S. Paulo


Deputados petistas negam ter debatido desfiliação do partido

Os deputados Arlindo Chinaglia (SP) e Henrique Fontana (RS) negaram em cartas enviadas à Folha que tenham discutido a hipótese de desfiliação do PT após as eleições municipais.

Ex-líder do governo de Dilma Rousseff, Fontana refuta que tenha discutido a possibilidade com aliados no Rio Grande do Sul, afirmando que reportagem da Folha sobre o debate "manipulou grosseiramente a verdade".

Fontana disse descartar a ideia de acompanhar o ex-ministro Tarso Genro caso ele funde um novo partido, chamando a reportagem de "montada e mentirosa" com intuito de "dar sua contribuição ao ambiente golpista no país".

"Reafirmo que estamos firmes e unificados na luta contra o golpe do impeachment em andamento na Câmara dos Deputados."

A negativa de Fontana foi registrada na reportagem.

Em nota, Chinaglia disse ter afirmado à Folha, "há semanas", "que não conhecia e não acreditava nesse suposto movimento de deputados federais do PT –houve apenas duas saídas".

Segundo Chinaglia, a reportagem "teve como objetivo central passar para a sociedade a mentira de uma crise inexistente".

A Folha relatou nesta segunda-feira (11) que um grupo de 26 deputados discute a hipótese de desfiliação coletiva do PT após as eleições de outubro. O debate nasceu no fim do ano passado e foi suspenso porque tiveram que concentrar esforços na luta contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Originalmente, esses dissidentes se valeriam de uma janela aberta para permitir trocas de partidos, sem perda de mandato, com vistas às eleições municipais. Como essa brecha foi fechada no dia 31 de março, em pleno debate do impeachment, uma alternativa de mudança seria a fundação de um novo partido sob comando de Tarso.

A hipótese foi alvo de debate numa reunião com Tarso. "Alertei nesta conversa que agora nossa tarefa é enfrentar o impeachment. E que só depois das eleições esse assunto teria pertinência", disse Tarso à Folha.

As informações foram levantadas junto a dirigentes e parlamentares do PT, que pediram anonimato.


Endereço da página:

Links no texto: